“Dragões” e “Águias”… Como vai ser a final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão?


O Benfica venceu o 5º jogo da Semi-Final do Playoff do Campeonato Nacional da 1ª Divisão e garantiu, assim, o acesso à final que disputará com o Porto, que já estava apurado desde o 3º jogo que disputou com o Barcelos, 7 dias atrás.

O confronto, que elegerá um novo Campeão Nacional face à vitória da época passada do Sporting, opõe uma equipa com grande confiança e (até ao dia 7) num grande momento de forma a outra que foi aumentando a sua confiança e melhorando os seus processos à medida que a época avançava.

O problema do Benfica, ao longo da Fase Regular do campeonato, não foi no sector defensivo, como se pode comprovar pelo quadro acima, antes no departamento da marcação dos golos. Porto e Benfica terminaram a Fase Regular com 68 golos sofridos, número só superado pelos 67 golos que a Oliveirense sofreu ao longo de 8 meses da competição. A diferença esteve nos 35 golos de diferença entre os 151 que os portistas marcaram ao longo das 26 jornadas e os 116 que os benfiquistas conseguiram fazer, e se o registo dos azuis foi largamente o melhor de todas as equipas, os encarnados só conseguiram ser a 4ª equipa mais concretizadora, a par com o Barcelos, atrás ainda de Sporting (139) e Oliveirense (117). O Porto conseguiu naquela 1ª fase da época uma média de mais de 2 pontos e meio por jogo enquanto o Benfica superou os 2 pontos por uma pequena margem (2,15), correspondentes a menos 2 vitórias e mais um empate.

Num “departamento” de extrema importância no hóquei em patins moderno, o Benfica foi melhor, se considerarmos que somente por 2 vezes ultrapassou as 15 faltas em jogo e conseguiu em 11 ocasiões não chegar ao valor que castiga qualquer equipa (as 10 faltas), enquanto o Porto em 12 jogos não foi penalizado com Livres Diretos resultantes de faltas de equipa mas em 5 jogos teve de ser sujeito por 2 vezes àquele castigo.

Se atentarmos à “outra parte” das faltas que originam Livres Diretos, verificamos que o Benfica esteve bastante pior que o Porto, não só porque permitiu aos seus adversários mais 6 ocasiões para “faturar” de Livre Direto mas ainda porque esteve mais perto daquele “castigo” em mais 13 ocasiões (12 delas derivadas de cartão azul) que o adversário e porque permitiu 1 castigo mais grave em tempo com o cartão vermelho com que foi admoestado.

Do resultado das Faltas de Equipa e dos cartões Azuis e Vermelhos chegamos ao “ponto quente” do atual jogo, as bolas paradas… Uns dizem que tiram ritmo ao jogo, outros defendem que servem para castigar quem prevarica, mas a verdade é que elas existem e convém ter uma ideia do que fazem as duas equipas porque ainda não houve 1 jogo sequer em que as “bolas paradas” não fizessem “mossa” no decorrer dos jogos, tivessem ou não impacto direto no resultado final de cada um dos jogos da fase regular. Assim, convém perceber que o Porto conseguiu mais 12 golos que o Benfica na transformação daqueles situações mas, mais importante ainda, beneficia de quase 1 em cada 2 ocasiões (48%) enquanto o Benfica só transforma em golo 1 em cada 3 ocasiões. Vantagem nítida para o Porto se estas estatísticas se confirmarem ao longo dos 5 (previstos) jogos da Final. No outro lado do espectro, os Guarda-Redes do Benfica, quase na sua totalidade por intermédio de Pedro Henriques (Rodrigo Vieira só foi sujeito por 4 vezes a bolas paradas, das quais defendeu 2), defenderam 41 bolas paradas dos adversários num total de 63, enquanto os “keepers” do Porto, com Tiago Rodrigues a ser sujeito em 8 ocasiões das quais defendeu 6, defenderam 37 bolas paradas, com “Xavi” Malián a ter ação determinante em 31 das 50 ocasiões em que foi posto à prova. Resumidamente, o Porto ganha na luta direta das bolas paradas ao defender em 12 situações a mais que o Benfica enquanto este marcou em 4 ocasiões a mais que os portistas. Se este for um fator que impactará na final, o Porto (em teoria e mantendo o ritmo da fase regular) terá apreciável vantagem nos 4 jogos.

“Xavi” Malián e Pedro Henriques foram os melhores Guarda-Redes da Fase Regular desta prova, pelo menos assim o confirmam os números. Com médias de golos sofridos muito semelhantes, ambos fazem a diferença (para melhor) na baliza de qualquer equipa e não me parece que seja por aí que as diferenças nesta final se farão sentir… Inclino-me mais para o “lado” dos goleadores e nesta área parece-me que não se aplicará jamais a velha máxima de “quem não tem cão, caça com gato”… Não é certamente o caso de Porto ou Benfica porque goleadores não faltam mas é importante realçar que quem tem Gonçalo Alves, tem uma arma muito importante, uma “gazua” que fura, fura, fura até… marcar 54 golos! Esta época, e já não é a primeira, Gonçalo Alves tem feito a diferença e o Porto tem, não um mas dois goleadores de excelência porque Carlo Di Benedetto já fez 45 golos, número muito respeitável e até invejável para o “segundo” goleador de uma equipa… No Benfica são também 2 os goleadores-mor mas muito equiparados porque Lucas Ordoñez e Carlos Nicolía marcaram quase o mesmo número de golos. A diferença é que têm Pablo Álvarez e Diogo Rafael como “infantes”, uma mais-valia muito importante para o Benfica. Alves e Di Benedetto representam em conjunto 56% dos golos do Porto e o que pode ser bom quando estão em pista transforma-se em menos bem quando estão no banco. Já no Benfica, Ordoñez e Nicolía representam 49% dos golos encarnados, número que representa uma influência nos golos da equipa muito semelhante aos dos azuis, só que menos profícuos e a verdade é que os jogos se ganham com golos, não com percentagens… Vantagem para o Porto.

Vantagem para o Porto no global do confronto? Teoricamente, sim, mas nesta coisa de finais, joga-se sempre para ganhar e os números valem exatamente o que valem, ou seja, em termos práticos quando as equipas entram em campo valem ZERO!

Vamos deixar para o dia 16, data do primeiro jogo entre estas 2 equipas no Dragão Arena, e deleitarmo-nos com o que fazem estes craques… Os jogos decorrem a 16 , 22 e 29 (Dragão Arena) e 19 e 25 (Fidelidade) e serão todos transmitidos por “A Bola” TV e retransmitidos na Web TV da FPP em https://tv.fpp.pt. Só peço aos intervenientes diretos para terem consciência do que representam para todos os que os observam e façam de cada jogo não uma batalha de vida ou morte mas um simples JOGO, que é preciso ganhar mas antes de mais DESFRUTAR!

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