Este era um jogo muito importante para ambas as equipas, que tinham vencido uma partida cada no seu pavilhão e se para o Porto a necessidade de manter a tendência da vitória em “casa”, principalmente depois da resposta “a zero” dos encarnados no segundo jogo, para o Benfica era uma premência a oportunidade de fazer mossa no terreno do seu adversário beneficiando da embalagem emocional que o resultado do segundo jogo lhes proporcionou, era sonho transformado em estratégia.
A bola de saída para o Benfica deu o mote para o arranque encarnado a todo o gás mas só durou 2 minutos porque a resposta do Porto foi contundente logo na primeira “descida” à baliza de Pedro Henriques, com golo “dividido” entre Gonçalo Alves e Carlo Di Benedetto e ainda com uma pequena “ajuda” de Diogo Rafael. Aos 8 minutos “Xavi” Barroso aproveita um ressalto para a zona frontal da área do Benfica e remata eficazmente para uma baliza que estava meio deserta porque o guarda-redes encarnado estava mais preocupado com a equipa de arbitragem do que propriamente a seguir a bola. Na bola de saída resultante do golo “azul” o Benfica marca por “Pablito” Álvarez aproveitando, ele também, um ressalto após um remate de Diogo Rafael. Estava a TV ainda a mostrar as imagens do golo e já o Porto subia o placard até 3-1 por intermédio de “Eze” Mena que aproveitou uma escorregadela de “Chiquinho” para receber sozinho um passe “mortal” de “Nalo” Garcia. Com 8 minutos de jogo e 4 golos o jogo tinha tudo para ser memorável. Após um novo período de 8 minutos em que o Benfica respondeu sempre com muito perigo ao maior tempo de posse de bola do Porto, surge no jogo Gonçalo Pinto que, em mais um contra-ataque encarnado, executa um remate em jeito fazendo ainda a bola ressaltar no capacete de “Mali”.
A segunda parte começou de novo com um golo do Porto resultante de um belíssimo “pick and roll” de Ezequiel Mena que efetuou um bloqueio “arrastando” o seu defensor para junto de outro jogador do Benfica, originando que ambos ficassem na dúvida de quem seguiria com “Xavi” Barroso, acabando por serem os 2 atraídos pela bola, libertada depois para Mena que finalizou com muita frieza e qualidade. Temeu-se, para bem do jogo, que o Benfica iria “tremer”, mais ainda quando Gonçalo Alves teve a oportunidade, através de um penalti, de fazer o 5-2. A verdade, no entanto, é que quem se “afundou” foi o Porto com alguns erros defensivos graves, primeiro por “Xavi” Malian, que me pareceu mal batido no remate de Gonçalo Pinto (ou a bola sofreu um desvio, não foi fácil descortinar através da transmissão televisiva) e logo depois por Carlo Di Benedetto, algo perdido no interior da área portista sem saber muito bem quem lhe competia defender, tendo “Pablito” Álvarez “agradecido” o espaço finalizando sem apelo nem agravo . Três minutos depois o Dragão Arena aumentou o volume dos assobios para novo golo de Gonçalo Pinto, num misto de erro defensivo de Gonçalo Alves (que não seguiu o seu atacante) e de um toque maravilhoso do jovem benfiquista, mistura de “feeling” e técnica na receção de um passe aéreo de Pol Manrubia: precisão ou sorte? Nunca saberemos mas o mérito foi todo de Gonçalo Pinto.
Num jogo “louco”, com alternâncias de marcador constantes e quase imediatas, não estranhou que “Nalo” Garcia “aparecesse” finalmente, assumindo as funções de um verdadeiro capitão que, tal como um general, deu o exemplo às tropas e animou de novo as hostes portistas. Reinaldo aproveitou muito bem novo erro defensivo de Pol Manrubia que, atraído pela bola, não seguiu com o argentino, no aproveitamento de um remate de “Xavi” Barroso que bateu em alguns patins antes de chegar a “Nalo”, liberto na zona direita da área benfiquista, que finalizou com sucesso sem grandes dificuldades. Novo empate (5-5) no marcador num jogo digno de final, maravilhoso para quem assistia na bancada ou no sofá (no meu caso), cheio de animação, incerteza, emoção e… GOLOS!!!
O empate a 5 acabou por ser o início do fim do Benfica porque “Xavi” Barroso lembrou-se de deslizar da direita para a esquerda aplicando um remate cruzado teleguiado que não deu hipóteses a Pedro Henriques, apesar da tentativa desesperada de chegar ao canto superior da sua baliza com a base da caneleira esquerda. E depois apareceu Telmo Pinto que inicia uma passagem por detrás da baliza benfiquista seguido por Gonçalo Pinto, flete para o interior da área e, já sem oposição do seu defensor direto, fuzila Pedro Henriques sem hipóteses para este tal a reduzida distância a que Telmo efetuou a ação. Dois minutos depois Páblo Álvarez falha uma transição defesa-ataque na zona central e deixa escapar a bola do seu stick em direção a Reinaldo Garcia que não se fez rogado, arrancou para a baliza benfiquista e fuzilou literalmente Pedro Henriques. No banco, mais nervosismo no lado azul com Ricardo Ares na orientação para a necessária gestão do tempo até final, alguma resignação no lado encarnado com Nuno Resende impotente na tentativa de segurar a avalanche azul e certamente desiludido com tanto erro defensivo.
Restava ao Benfica a possibilidade da 10ª falta do FC Porto, que fez a 9ª perdurar durante 12 minutos, e foi de facto na transformação daquele castigo aos “dragões” que o Benfica marcou na recarga de Carlos Nicolía à sua própria (segunda) tentativa de transformação de livre direto, após uma primeira em que “Mali” iniciou a sua deslocação antes do tempo devido. Aproveitando um pequeno “sururu” devido à queda de Nicolía na área em resultado de uma travagem mais tardia de Telmo Pinto na área portista, Ricardo Ares põe água na fervura e dá orientações precisas para a gestão dos 4 minutos e 56 segundos que faltavam para terminar a partida, não só com o intuito de utilizar ao máximo os 45 segundos disponíveis para atacar mas ainda exigindo o aumento dos níveis de concentração com o intuito de evitar ao máximo qualquer erro defensivo não forçado. E a verdade é que a dois minutos do final do jogo, Carlo Di Benedetto aproveita o Cartão Azul com que Álvarez foi admoestado para, na transformação do Livre Direto, fechar o resultado final num 9-6, já que nos dois minutos que faltavam para terminar a partida o Benfica, animicamente abatido, abdicou da defesa pressionante que se impunha, apesar do pouco tempo disponível para mudar o resultado.
Grande jogo de hóquei em patins, digno de promoção ao mais alto nível da modalidade. Estão de parabéns todos os jogadores, treinadores, restante “staff”, publico e TV, que nos proporcionou um belo espetáculo de grande emoção e qualidade técnica de uma modalidade que está enraizada no coração dos portugueses. Viva o Hóquei em Patins.
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