Na nossa vida temos diversas situações destas.
Ter o corpo, quase, totalmente em obras, mas com uma enorme felicidade interior.
Pela oitava vez fiz a narração de um Inter-Regiões, pela oitava vez saí dele assim, mas não vai ser isso que me vai fazer desistir.
Sentado no cinquenta e cinco, de regresso a casa, olho para esta 45ª edição, a sétima que aconteceu na Mealhada.
Começo pelo público, pais e mães, avôs e avós, manos e manas, todos eles a torcer pelos seus, tristes e felizes, consoante a bola entra ou não, mas todos eles – aqueles com quem falei – unânimes no agradecimento pelo trabalho deste site e da transmissão televisiva.
Na minha memória ficou aquela pequena conversa com um casal, um bocadinho mais velhos, que eu não sei quem são: “Todas as semanas lemos a sua Crónica e fartamo-nos de rir com aquelas histórias”.
Ano após ano vamos ficando a conhecer pessoas extraordinárias que dão tudo o que têm em prol do hóquei em patins, quase todos porque os filhos ou netos, sobrinhos ou primos, estão na modalidade.
Na minha segunda passagem pelo Pavilhão Municipal – nesta prova – registei a simpatia de muita gente, com destaque para as senhoras do bar, inexcedíveis para que nada nos faltasse, sendo que vou registar para sempre os nomes, principalmente, da Sónia, Lídia e a Palmira que contribuíram para que tudo fosse mais fácil nestes dias de grande correria.
O portátil começou a dar sinais de vida e eles apareceram de seguida.
“Boa noite Tio”.
“Boa noite juventude”.
“O que passa com a tua voz?”, perguntou a RODINHAS.
“Reflexo da narração de 34 jogos em quatro dias, mais uns dias e volta ao normal”.
“Não eram 36?”, questionou o OLHA.
“Verdade, houve uma avaria no avião que devia trazer a seleção dos Açores na quinta-feira, pelo só começaram a participar no dia seguinte, daí ter havido dois jogos a menos”.
“Que grande aborrecimento”, afirmou o OLHA.
“Pois foi. Os miúdos perderam a oportunidade de jogar mais, eles que já tem, normalmente, menos competição por lá. Situações que não conseguimos controlar. Quem começa hoje?”.
“Posso ser eu”, avançou o ALÉU. “A minha atenção esteve num derby em sub-19, que decorreu na Luz. Os encarnados estiveram sempre na frente, depois de na véspera terem sido surpreendidos pelo Parede no mesmo local, vencendo o seu vizinho da Segunda Circular”.
“Estive a espreitar a ficha desse jogo, sendo que penso que todos eles já passaram por Inter-Regiões. Quem se segue?”.
“Agora é a minha vez. Tivemos a recuperação de jogos em atraso da Primeirona, na quarta-feira passada, com partidas em Viana do Castelo e em Riba d’Ave. As duas perderam em casa, mas se os vianenses já estão despromovidos, os pupilos de Horácio Ferreira estiveram duas vezes na frente, mas não resistiram à melhor ponta final dos azuis-e-brancos, sendo que apesar da derrota a equipa só depende si para se manter nesta divisão, podendo até chegar aos oito melhores”, concluiu o OLHA.
“O meu foco esteve no feminino”, explicou a RODINHAS. “Uma partida bem equilibrada em Massamá, as meninas de Turquel estavam na frente ao intervalo, mas na segunda metade tivemos uma cambalhota no marcador, com o golo decisivo a ser obtido muto perto do fim. Um belo jogo, entre duas boas equipas”.
“Então só falto eu, sendo que vou tentar fazer um resumo rápido do 45º Inter-Regiões”.
“Que não deve ser fácil”, riu-se o OLHA.
“Pois não, vamos lá ver se consigo. Começando pela seleção vencedora, foi na minha opinião justa a sua consagração, até porque foi a única que não perdeu qualquer jogo”.
“Daquilo que consegui ouvir nos diretos era o teu palpite”, afirmou o ALÉU.
“Verdade, logo no fim da 1ª fase eu disse que ganharia a seleção da casa e bateu certo. Depois um destaque para as seleções que mais evoluíram em relação a 2022, Setúbal e Madeira, mostrando que se está a trabalhar bem nestas Associações”.
“Sei que não gostas deste modelo da prova. Vai manter-se?”, perguntou a RODINHAS.
“Segundo me informaram, não. Não sei bem qual vai ser o novo figurino, mas para mim qualquer um é melhor que este. Bem, vamos descansar, pois o corpo está a precisar de descanso”.
“E a tua voz também”, brincou a miúda.
“Exatamente. Como temos um fim de semana pascal, com menos jogos, vamos fazer como esta, ou seja, voltamos a reunir-nos de hoje a uma semana. Proponho que o OLHA fique com o Europeu de sub-23, a RODINHAS e o ALÉU ficam com jogos no feminino e eu espreito um dos jogos dos escalões mais jovens. De acordo?”.
“Boa ideia, assim temos mais tempo para comer as amêndoas” gritaram os três, enquanto me diziam adeus.
“Adeus juventude, divirtam-se e até terça-feira”.
Acham que nenhum deles já ouviu as minhas despedidas.
Hora para ir dormir, para recuperar o tempo de descanso perdido… e a voz.
Hoje no FORA DO RINQUE temos mais um jovem que pertence ao meu clube, dos que, como eu, gostam da Scarlett Johansson.
Nome Completo: João Pedro Alexandre Pires de Carvalho
Clube atual: Associação de Educação Física e Desportiva
Alcunha (se tiver): Não tenho
Idade: 22 anos
Local de Nascimento: Vila Franca de Xira
Clube estrangeiro futebol: AC Milan
Jogador português futebol: João Félix
Jogador estrangeiro futebol: Messi
Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Rafael Nadal
Prato: Carbonara
Sobremesa: Bolo de bolacha
Bebida: Coca-Cola
Filme: Sacanas sem lei (Inglorious Bastards)
Ator: Leonardo Di Caprio
Atriz: Scarlett Johansson
Série televisiva: Peaky Blinders
Livro: Orgulho e Preconceito
Cidade portuguesa: Lisboa
Cidade estrangeira: Amesterdão
Animais de estimação: Cão
Jogo de computador/consola: Football Manager
Hobbies: Xadrez
Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Basquetebol
Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: Nacional de sub-17, jogo em Turquel ao serviço do Sport Alenquer e Benfica, marcamos dois golos em 2 minutos, para virar 2-1 para 2-3 e garantirmos o apuramento para a final-four da zona sul.
Foi também na Mealhada que tivemos a SACADA desta semana, dezanove golos marcados, com destaque para os guarda-redes da seleção da Madeira, João Sousa (8) e Nuno Freitas (9).
O VELHO desta semana também chega do Inter-Regiões.
Marcar os dois golos que decidiram a vitória na prova para a seleção de Aveiro, dão justiça, na minha opinião, na atribuição desta distinção a Francisco Pinto, jogador da União Desportiva Oliveirense.
Caso para dizer que filho de peixe sabe nadar.