(28/10/2023) Não sei bem explicar porquê, mas há meses que eu gosto mais do que outros. Aliás, a explicação até não é muito difícil, são aqueles em que temos dias que nos marcam, ano após ano.
Este número dez, entenda-se o outubro, normalmente um craque dentro do campo, está agora a chegar ao fim, um daqueles que estão registados nos meus preferidos, o mês em que nasceu a Cláudia.
Depois temos o março, do Ricardo, da Princesa e do Francisco, e por último o meu, o dezembro, por ser o derradeiro do ano e do mais velho dos cinco, além ser o mês do Natal.
Quando era miúdo e os escudos escasseavam na minha casa, não gostava de ter nascido em dezembro, pois a proximidade com o dia vinte e cinco servia de justificação para a prenda do aniversário – a 12 – ser mais fraquinha.
A hora da nossa primeira reunião estava a chegar, pelo que depois de ter tomado o meu café matinal, liguei o portátil, com eles a surgirem logo de seguida.
“Bom dia Tio”, cumprimentaram-me os três.
“Bom dia juventude. Todos bem-dispostos?”.
“Sim, já passou a irritação de terça-feira”, riu-se a RODINHAS.
“Tal e qual como eu, dá-me forte, mas passa depressa”, explicou o ALÉU.
“Começo por vos lembrar que esta madrugada muda a hora”, informei eu.
“Pois é, já tinha lido isso algures. Para mim é na boa, aproveitar bem mais esta hora de sono, pois em março temos que a devolver”, brincou o OLHA.
“Eu não gosto nada da mudança da hora, nomeadamente a de inverno, pois fica de noite muito cedo”, explicou o ALÉU.
“Mas de manhã o dia também nasce mais cedo, o que é bom quando vamos para a Faculdade”, afirmou a RODINHAS. “Mas também não sou muito fã desta alteração, cá para mim ficava tudo sempre igual como era antigamente”.
“Há pessoas que dizem que têm dificuldade em dormir quando muda a hora, mas cá a mim não me faz diferença nenhuma”, afirmou o OLHA.
“Confesso que a mim também me é indiferente, os dias têm sempre vinte e quatro horas, portanto continua tudo igual”, concluí com uma gargalhada. “Alguém tem algum tema para o fora da caixa?”.
“Tio, descobri que hoje é o teu dia”, afirmou a RODINHAS.
“O meu dia? Mas porquê?”.
“Porque hoje é Dia Mundial da Terceira Idade”, riu-se ela.
“Pois pode ser. Cá para mim é como a mudança da hora, não me faz diferença absolutamente nenhuma”.
“Mas achas que já reuniste as condições para hoje ser o teu dia?”, gozou o OLHA.
“Boa pergunta, mas não te sei responder, aliás, nem sei quando começa a terceira idade”.
“Normalmente liga-se essa fase quando se entra na idade da reforma”, explicou o ALÉU.
“Então já lá entrei em 2015”, brinquei eu.
“Ou seja, a terceira idade, não tem idade”, afirmou, com um sorriso, o OLHA.
“Parece-me uma boa definição. Como eu costumo dizer sempre, a nossa idade está na nossa cabeça, pois há pessoas que são velhas quando ainda são novas de idade”.
“Totalmente de acordo Tio, não esperava outra resposta tua que não fosse essa”, confirmou a RODINHAS. “Só me queria meter contigo”.
“Eu percebi. Antes de construirmos a nossa agenda para esta semana, quem viu os jogos de ontem da Primeirona?”.
“O AMAGADINHO hoje não vem cá?”, perguntou o OLHA.
“Ele hoje não pode, mas não há problema que eu estive atento”.
“Eu também vi”, disse o ALÉU.
“Boa, como a semana passada estiveste folgado, conta-nos lá como começou a jornada cinco”.
“Dois jogos sem surpresas, um par de golos de diferença nos dois rinques, maior dificuldade do Benfica, que esteve a perder, enquanto que a Oliveirense esteve sempre na frente do resultado”.
“Muito bem, vamos lá à escala. Eu vou ficar com FC Porto – Sporting, o ALÉU – eu disse que te ia castigar – ficas com os jogos dos quatro líderes da Terceirona, ou seja, Limianos, OH Sports, Alenquer B e Stuart Massamá”.
“Que exploração!”, reclamou com um sorriso o ALÉU.
“Sim, sim, o OLHA vai fazer o mesmo, mas na Segundona, jogos do Póvoa e do Parede, enquanto que a RODINHAS vai escolher um jogo de cada série da Feminona”.
“Desta vez é o Tio que está folgado”, afirmou o ALÉU.
“Além do jogo ainda tenho os outros espaços e a conversa com o AMAGADINHO.
“Eu sei Tio, estava no gozo. E o almoço para hoje é o quê?”.
“Hoje vou fazer um Bife à Pai”.
“Que maravilha, pena já não ter tempo para chegar aí a horas de almoçar”, brincou o OLHA.
“Juventude, até terça-feira, véspera de feriado”.
“Nada mau, um a meio da semana. Adeus Tio”, despediram-se eles.
Eles zarparam e eu fui para a cozinha.
Este prato tem que ser feito com muito amor e carinho.
No FORA DO RINQUE de hoje temos um atleta que conheço há muitos anos, com a curiosidade de me tratar por “Sô Paulino” desde sempre.
Nome Completo: Anderson Raposo Luís
Clube atual: CRIAR-T
Alcunha (se tiver): Não tenho
Idade: 28 anos
Local de Nascimento: Paris (França), vim com 2 anos para Portugal (só tenho nacionalidade portuguesa)
Clube estrangeiro futebol: Real Madrid
Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo
Jogador estrangeiro futebol: Toni Kross
Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Miguel Oliveira (Moto GP), Rafael Nadal (Ténis)
Prato: Bacalhau com Natas
Sobremesa: Cheesecake Frutos Vermelhos
Bebida: Coca-Cola
Filme: Ted
Ator: Travis Filmmel (Ragnar Lothbrok) da série Vikings
Atriz: Meghan Markle
Série televisiva: Suits
Livro: A paciente silenciosa (Alex Michaelides)
Cidade portuguesa: Porto
Cidade estrangeira: Paris
Animais de estimação: Cães e gatos
Jogo de computador/consola: Football Manager
Hobbies: Viajar
Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Ténis
Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: HC Turquel – Forte dei Marmi (Taça CERS 2013/14).
(30/10/2023) Confesso que estou sempre à espera, com expetativa, desta conversa à segunda-feira.
Nunca se sabe que novidade ele nos traz, mais uma regra que ele pensa que devia ser aplicada, sendo que qualquer dia ainda acha que devia haver foras de jogo no hóquei em patins.
Pontualmente ele chegou à minha beira, como se diz por aqui.
“Boa noite Tio”,
“Boa noite AMAGADINHO. Está tudo bem contigo?”.
“Em grande. Vamos lá a isto, mas antes de falar desta jornada cinco, quero lançar mais uma ideia para melhorar a modalidade e o espetáculo do jogo”.
Mais uma, o que será desta vez?
“Venha lá ela!”.
“Como o Tio sabe eu sou um atento leitor deste site. Apesar de não ter sido na prova que acompanho, descobri que houve um jogo que terminou 1-0”.
“Sim, foi em Grândola, mas qual é o problema?”.
“Qual é o problema!? Andam a jogar cinquenta minutos de tempo útil e só marcam um golo!? O Tio acha isso normal?”.
“Normal não é, mas por vezes acontece”.
“Mas não pode acontecer”.
“Então como resolvias esta escassez de golos?”.
“Muito fácil. Nenhum jogo podia terminar com menos de cinco golos, no total”.
Nesta altura da conversa já estava a adivinhar o que lá vinha.
“Mas como o fazias na prática?”.
“No râguebi um jogo só acaba quando há uma falta ou bola sai do terreno de jogo. Aqui prolongávamos a partida até o quinto golo da partida ser obtido, mas com um pormenor”.
“Qual?”.
“O prolongamento do jogo era sem guarda-redes”.
Onde será que ela vai inventar estas coisas?
“Mais uma ideia que fica. Vamos lá a esta jornada”.
“Fica já este registo, que se esta regra existisse, só um jogo teria sido prolongado. Todos os jogos tiveram golos – como eu gosto – sendo que na frente da classificação não está nenhum dos três grandes, pois SC Tomar e Oliveirense só sabem ganhar. O Sporting sofreu a primeira derrota, o Famalicense venceu pela primeira vez e temos uma coincidência relacionada com o número 28”.
O que será que vêm aí agora?
“Já sei, duas vezes o Cais de Alhandra”, brinquei eu.
“Até podia ser, mas não. As três equipas mais realizadoras até agora marcaram todas vinte e oito golos”.
“Uma média de 5,6 por jogo, como tu gostas”.
“Exatamente. Na meia-dúzia do AMAGADINHO continua o Carvalhos na frente (1 ponto), na 2ª posição o HC Braga e Famalicense (4), seguido da Juventude Pacense (6) e o Murches (7) no 6º lugar”.
“Qual é a equipa que teve mais bónus na tua classificação, sabes?”.
“Claro que sim, é o OC Barcelos que já bonificou por quatro vezes”.
“E temos ALMOFADA?”.
“Temos sim senhor, o jogo foi no Municipal de Famalicão, Guillem Pérez utilizou os dois guarda-redes e o prémio vai para Guilherme Gui Duro (HC Turquel) que só sofreu três golos. Para terminar, tenho uma pergunta para o Tio”.
Pensava que já estava no fim, mas ainda vem lá mais qualquer coisa.
“Venha ela!”, exclamei eu, procurando mostrar grande entusiasmo.
“Qual é a possibilidade de uma equipa marcar nove golos e sofrer quatro num jogo, sendo que todos os jogadores de campo marcam e os guarda-redes sofrem dois golos cada um?”.
“Bolas, eu diria que é quase impossível!”.
“Mas aconteceu este sábado, na primeira vitória da rapaziada de Famalicão que conseguiu, como referi, a primeira vitória na prova”.
“Caraças, parece coisa de bruxas. Com todos esses feitos só num jogo, devia ter valido seis pontos para os minhotos!”.
“Está a ver Tio, com jeitinho vai lá. Até para a semana e um abraço”.
“Grande abraço também para ti e até segunda”.
Não sei porquê, mas termino este diálogo com o AMAGADINHO sempre muito cansado.
(31/10/2023) Enquanto esperava que chegasse a hora da nossa reunião de terça-feira, recordei-me da conversa de sábado sobre a terceira idade.
Descobri que desde 1944 que os 65 anos marcam a entrada nesse marco da nossa vida, numa altura em que começamos a pagar meio bilhete nos transportes públicos. No entanto, vários países, por exemplo o Japão, entendem que essa fronteira devia ser dilatada em dez anos, ou seja, só aos 75 anos se atingiria a tão falada idade da velhice.
O fator mais importante para podermos tabelar os escalões etários é a saúde. Quando ela não existe, torna-se mais difícil ultrapassar os escalões etários que vamos encontrar ao longo da nossa presença no mundo dos vivos.
Esta dissertação fez-me lembrar um filme animado que vi há tempos baseado no feriado mexicano do Dia dos Mortos, que se festeja no dia 2 de novembro.
“Boa noite Tio”.
Dei um grande pulo na cadeira e respondi: “Boa noite juventude. Estava aqui tão absorto que nem dei por vocês chegarem”.
“Pois foi, nós percebemos que te assustámos. O que te ia na cabeça?”, questionou o OLHA.
“Estava a pensar no assunto da terceira idade, que falámos no sábado, e o cérebro levou-me até um filme animado sobre uma tradição indígena mexicana, quando as almas são autorizadas a visitar os parentes vivos”.
“Esse filme é o Coco”, exclamou a RODINHAS. Também já vi”.
“Também vi, trata-se de um festejo na mesma data do nosso Dia de Finados”.
“Esperem lá, agora fiquei baralhado. O dia em que as pessoas, por cá, vão aos cemitérios colocar flores nas campas dos familiares não é a 1 de novembro?”, perguntou o ALÉU.
“Calma, vamos lá colocar ordem na mesa”, ri-me eu. “O primeiro dia de novembro é o Dia de Todos os Santos, que por ser feriado as pessoas aproveitam para se deslocarem aos cemitérios. O dia seguinte é o Dia de Finados, o tal Dia dos Mortos em muitos países. Tudo esclarecido?”.
Ninguém se manifestou, pelo que continuei.
“Vamos lá ao fora da caixa de hoje. Temos sugestões?”.
“Tio, hoje é de caras. Falámos tanto em mortos, que agora só podemos falar no Dia as Bruxas que se comemora hoje”.
“Pois é, nem me tinha lembrado disso. Vocês alinham nos festejos?”.
“Em miúdo lembro-me de me juntar com os amigos, colocávamos máscaras e íamos de porta a porta dizendo: doçura ou travessura, se não nos dessem um doce podíamos fazer uma diabrura”, recordou a RODINHAS.
“Eu também fui algumas vezes, sendo que no final do porta a porta vínhamos com um saco cheio de guloseimas”, confirmou o ALÉU.
“Já agora vocês sabem porque se chama a este dia de Halloween?”, perguntei eu.
“Eu sei”, avançou o OLHA. O termo Halloween é uma contração de All Hallows’ Eve, que significa, em inglês, véspera de todos os santos. Já o Dia das Bruxas como o conhecemos hoje, com fantasias, abóboras esculpidas, doces e travessuras, é resultado de uma mistura de influências culturais e históricas ao longo dos séculos”, conclui ele.
“As coisas que eu já aprendi esta noite, ou seja, estes três dias estão ligados entre si. Eu sei que amanhã é feriado, mas temos que ir ao nosso trabalho que a conversa já vai longa. Quem quer arrancar com as hostilidades?”.
“Vou começar eu”, avançou o ALÉU. “Nesta minha visão dos jogos dos primeiros classificados da Terceirona, começo por destacar que as quatro equipas – Limianos, OH Sports, Alenquer B e Stuart Massamá – venceram os seus jogos e continuam na frente”.
“Parece-me uma redundância, se venceram todos tinham que continuar na frente”, interrompeu o OLHA.
“Não obrigatoriamente, pois por exemplo na série B, temos três equipas com os mesmos pontos, com o desempate a ser feito pela diferença de golos”.
“Certo, tens razão, uma delas podia ter ultrapassado a outra, apesar de as três terem vencido”.
“Exatamente. Para terminar, só referir que temos onze equipas que ainda não perderam e seis que têm zero pontos”.
“Agora sou eu”, começou o OLHA. “Estive a observar os líderes da Segundona no arranque desta quarta jornada, sendo que se a Norte há duas formações que só sabem ganhar, a Sul elas já não existem. Começando pela parte de cima do nosso país, a equipa de Rúben Fangueiro goleou a Briosa, numa partida totalmente controlada pelo Póvoa, que continua na frente em igualdade pontual com o Espinho, mas com a diferença de golos a dar-lhe o 1º lugar. Já na parte de baixo do mapa tivemos um duelo entre dois candidatos – Parede e Alenquer – com o resultado sempre em aberto, os alenquerenses chegaram a ter dois golos de vantagem, já na segunda metade, reagiram os da casa que deram a volta ao marcador, mas a malta da Vila Presépio igualou já perto do fim. Curiosamente as duas equipas que só tinham vitórias, empataram as duas pelo mesmo resultado (4-4)”, terminou ele.
“Muito bem, vamos lá ouvir a RODINHAS”.
“O Tio esta semana foi um simpático e deixou-me escolher os jogos da Feminona”, afirmou a miúda.
“Deve ser por causa do teu charme feminino, a mim só me castiga”, gozou o ALÉU.
“Cala-te, não sejas parvo”, respondeu ela com firmeza. “Vou começar pela zona sul onde tivemos um jogo entre as finalistas da época passada, com vitória das atuais campeãs, mas com excelente réplica das meninas de Turquel. No centro estive em Oliveira de Azeméis, duas das mais fortes formações desta zona que ainda não tinham perdido, e assim se mantiveram, porque depois de um jogo muito equilibrado sobrou um ponto para cada lado. A norte temos só 5 equipas, por isso menos jogos, mas estive no Lordelo do Ouro, casa de um histórico do hóquei nacional, onde as miúdas de Gulpilhares golearam, mostrando ser, provavelmente, a equipa mais forte desta zona”, terminou ela.
“Fiquei para o fim, um olhar sobre o Clássico no Dragão que foi mais desequilibrado do que era previsível. Os leões sofreram a primeira derrota, numa partida onde os azuis-e-brancos estiveram sempre na frente, com enorme eficácia nas bolas paradas. Recordei-me da ideia do AMAGADINHO a semana passada. Sabem qual tinha sido o resultado se fossemos utilizar aquela cena dos quartos de golo? O FC Porto tinha ganho 5,5 a 3,25”, ri-me eu.
“Pelos menos os resultados ficavam com mais dígitos” afirmou o OLHA com uma enorme gargalhada.
“Boa disposição, uma excelente forma de terminar esta semana, além de que amanhã é feriado, coisa…”.
“… coisa que os reformados não têm”, interrompeu-me a RODINHAS.
“Vês como tu sabes. Até sábado”.
“Xau Tio, diverte-te”.
Altura de ir descansar, numa altura que alguma rapaziada anda mascarada e outra amanhã vai ao cemitério homenagear os entes queridos.
Hoje temos de voar para encontrar a SACADA desta semana.
Foi no Pavilhão Carlos Silveira em Ponta Delgada, na espetacular ilha de São Miguel, que tivemos dezassete golos, com destaque para Luís Santos (10) e Filipe Andrade (5), guarda-redes do Azeitonense.
Pela segunda semana consecutiva O VELHO vai para um jogador da equipa que patrocinou a SACADA.
O argentino Octavio Kochi Zangheri (Marítimo SC) marcou meia-dúzia de golos, ficando com a distinção de hoje, para um dia guardá-la em San Martín.