Tomar, Pai e Descanso


(16/03/2024) No rescaldo de oito dias em terras de nuestros hermanos, constatei que há um ano, quando nasceu o Francisco, já tinha tido um pequeno problema de saúde, na altura o meu amigo síndrome vertiginoso, mas desta vez estive um dia enfarilhado, expressão que eu utilizo para quando estou com um bocadinho de febre.

A Cláudia – a minha filha – brinca comigo: “Pai, febre é a partir de 37,5!”, mas eu com 36,8 já estou de cama e morto para a vida, e digo-lhe que eu sou muito sensível ao estado febril, mas ela anima-me: “Não fiques preocupado, não és só tu, são todos os homens!”.

Será que os ares de Cullera me fazem mal?

Fui lá duas vezes, duas vezes tive uma coisita no esqueleto, ou seja, utilizando a teoria das probabilidades, em 100% das situações aconteceu, mas nada como ir lá de novo para tirar isto a limpo.

Tirando este pequeno incidente foram dias bem passados, uma temperatura bem agradável, soprámos a primeira vela do Francisco, com um regresso aéreo muito tranquilo, mas recebido com chuva em Lisboa, sendo que a meio da tarde estava de regresso à minha aldeia.

Depois de uma noite bem dormida, café da manhã bebido, sentei-me em frente o monitor à hora habitual para falar com eles.

“Bom dia Tio”.

“Muito bom dia juventude”.

“Então como foram os últimos dias em Cullera?”, perguntou a RODINHAS.

“Bem tranquilos, muitos miminhos ao puto pequeno, na quinta-feira apagou a primeira velinha da sua vida em duas línguas, primeiro no infantário e à tarde em casa, uma pequena festa bem engraçada, com a presença de vários familiares em videochamada”.

“A maravilha das novas tecnologias a encurtar distâncias”, constatou o OLHA.

“Conta-nos lá como foi a segunda subida ao Castelo de Cullera, aquela pelo lado da estrada?”, pediu o ALÉU.

“Nem queiram saber!”, desabafei eu. “Eu já tinha descido por aquele lado, mais de que uma vez, tendo ficado sempre com a sensação que era mais fácil, mas nada disso. Primeiro quando chegas ao início da dificuldade já levas dois quilómetros nas pernas, a fase inicial é muito dura, depois suaviza, mas quando chegas mesmo ao Castelo tem uma escadaria que parece que nunca mais acaba, além que depois a descida é muito inclinada, obrigando a um esforço muscular muito grande, ou seja, cheguei completamente de rastos, além de que também estava um pouco debilitado e a tomar uns comprimidos depois da chuvada de sábado no futebol. Mas sabem como eu costumo dizer?”.

“Quem corre por gosto não cansa”, gritaram eles em uníssono.

“Exatamente! Satisfeita a vossa curiosidade, deixemos as caminhadas, que me deram cabo das pernas, para irmos até ao rinque, mas antes do Plano de Festas, vamos debruçar-nos sobre a 1ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões como temos feito nos últimos jogos, neste caso um para cada um. Estão de acordo?”.

“Não só concordamos, como entre nós já dividimos os jogos e deixámos o Benfica para ti”.

“Parece-me bem, quem começa?”.

“Arranco eu”, afirmou a RODINHAS. “Estive em Lodi, os locais marcaram cedo o seu único golo, mas depois o FC Porto controlou tudo o jogo, marcou por quatro vezes confirmando o seu favoritismo e estando perto das meias-finais, numa partida onde os italianos fizeram dezassete faltas, contra apenas oito da equipa portuguesa, numa partida que teve quatro azuis, divididos irmãmente”.

“Bolas, muitas faltas para um jogo só”, riu-se o OLHA. “Eu fui até ao João Rocha, tivemos o mesmo resultado do jogo anterior, que também começou com um golo do Barça, mas depois o Sporting pegou no jogo, empatou ainda na primeira metade, esteve muito bem na segunda metade e leva três golos de avanço para Barcelona, que comparativamente com o jogo de Lodi, só teve doze faltas, nenhum livre direto e nenhum azul”, concluiu ele.

“Quase tudo igual, menos na disciplina”, brincou o ALÉU. “Eu também estive em Itália, neste caso em Trissino, palco do jogo onde tivemos o único empate desta ronda, marcou a Oliveirense aos seis minutos, repetiram o feito ao sexto minuto da segunda parte, reduziram os italianos, voltaram os portugueses aos dois tentos de vantagem, mas depois surgiu um Cocco que empatou a eliminatória”, brincou ele.

“Pois foi, um hat-trick do internacional transalpino, que já passou pelo FC Porto. Para mim deixaram-me o único jogo entre duas equipas lusas, grande duelo no Minho, sempre na frente do marcador os locais, nunca permitindo aos encarnados chegarem sequer à igualdade, levando para a Luz dois golos de vantagem, numa partida com um vencedor justo, seja o que isso for no desporto. Para fechar este capítulo Liga dos Campeões, relembrar que a 2ª mão vai realizar-se a 11 de abril. Está na altura de irmos até ao nosso Plano de Festas, que vai passar a ter uma novidade. A partir desta semana ele vai ser feito por um de vocês, sendo que enquanto estava em Cullera mandei uma mensagem à RODINHAS para ser ela a inaugurar esta nova fase. Os rapazes estão de acordo?”.

“Claro que sim, depois vamos rodando, eu posso fazer para a próxima semana, o ALÉU na seguinte e o Tio escolhe na outra, e assim sucessivamente”.

“Exatamente, era essa a minha ideia, mas vamos lá ouvir a estreia da miúda”, ri-me eu.

“Grande responsabilidade Tio, mas vamos a isso. Eu vou ficar com a Taça de Portugal feminina, o OLHA vai estar atento à Liga Europa, o Tio e o ALÉU ficam cada um com dois jogos da Taça masculina, que escolhem vocês”.

“Muito bem, até nos deixa escolher os jogos”, brinquei eu. “Para terminarmos por hoje fiquem a saber que já estou na preparação para o Inter-Regiões de Tomar, sendo que na próxima semana não temos Crónicas, porque não tenho tempo, mas na terça-feira explico-vos melhor”.

“Combinado Tio”.

“Beijos e abraços para a juventude”.

Eles saíram céleres da minha vista, com a novidade que desta vez não me perguntaram o que era o almoço.

Será que eles ainda pensaram que eu estava em Espanha?

No FORA DO RINQUE de hoje temos um jovem que votou este ano pela primeira vez, almoçávamos bem os dois, além de ter bom gosto cinematográfico no feminino.

Nome Completo: Adonai do Carmo Cambão

Clube atual: Associação Educação Física Desportiva

Alcunha (se tiver): Lindinho

Idade: 18 anos

Local de Nascimento: Torres Vedras

Clube estrangeiro futebol: Real Madrid

Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo

Jogador estrangeiro futebol: Mbappé

Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Stephen Curry

Prato: Picanha

Sobremesa: Mousse de Chocolate

Bebida: Coca-Cola

Filme: Velocidade Furiosa

Ator: Dominic Toretto

Atriz: Exter Expósito

Série televisiva: Prison Break

Livro: Não tenho

Cidade portuguesa: Porto

Cidade estrangeira: Paris

Animais de estimação (quais e nomes): Não tenho

Jogo de computador/consola: FIFA

Hobbies: Conviver com amigos, ver Netflix

Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Basquetebol

Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: Na final a 8 do ano passado quando ganhámos (10-2) ao FC Porto.

(18/03/2024) Há oito dias despedi-me do AMAGADINHO até hoje, mas nenhum de nós percebeu que esta semana chegava a Taça de Portugal.

Mandei-lhe uma mensagem a referir a situação, para perceber se ele queria falar comigo sobre a Primeirona, mas ele disse-me que ia passar as férias da Páscoa a casa dos Avós que moram no sopé da Serra da Estrela, enviando-me uma fotografia daquela zona cheia de neve.

Em resposta, expliquei-lhe que para a semana não havia Crónicas, dado eu estar no Inter-Regiões masculino em Tomar, anexando uma foto do Rio Nabão.

Cada um luta com as armas fotográficas que tem!

(19/03/2024) Não sei porquê, talvez reflexo dos resultados das últimas eleições, dei por mim a desvalorizar o dia de hoje, o Dia do Pai, o dia do grande macho dominante como acontece na selva.

Verdade que também existe o Dia da Mãe, mas o dia de São José cheira-me sempre ao domínio machista, porque não conheço nenhum regime ditatorial que respeite a igualdade das mulheres, já para não falar nas inacreditáveis regras que restringem os direitos femininos na esmagadora maioria dos países muçulmanos, quando estamos quase a chegar ao final do primeiro quartel do século XXI.

Deixando o tom tão sério e refletivo, ser um Pai aconchegante é uma coisa muito gira e interessante, sendo que nestes últimos dias estive muito entusiasmado, a quatorze com o primeiro aniversário do meu neto – Pai em duplicado – e ontem com o Pretinho a completar mais um ano, o segundo degrau dos trintões, duas datas bem interessantes para um duo de Peixes.

Chegou a hora de me juntar à juventude para mais uma reunião, a segunda das duas que temos semana após semana.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite meus miúdos mais giros”, ri-me eu.

“Que entusiasmo Tio, uma grande festa este mês de março, Célia, Francisco e o Ricardo a soprarem velas, oitenta e seis no total”, brincou a RODINHAS.

“Caramba, percebe-se logo que és boa a matemática! Tens toda a razão, este terceiro mês do ano é muito emocionante, à semelhança da nossa modalidade mais querida que vai começar a ser esmiuçada já de seguida, sendo que hoje arranco eu na frente. Fiquei com dois jogos da Taça de Portugal, o primeiro que analisei foi no Dragão, superioridade dos locais, na primeira parte, reação dos ribatejanos no início da 2ª parte, mas não foi suficiente para colocar em causa o apuramento dos azuis-e-brancos. A outra partida foi nos Açores, onde o Benfica resolveu a eliminatória na primeira parte com uma mão cheia de golos na baliza do Candelária. Antes que vocês o digam, já lá fui muito feliz uma meia-dúzia de vezes, mas os outros dois jogos desta eliminatória tiveram debaixo da lupa do ALÉU”.

“Gostei do lançamento”, riu-se ele. “O primeiro jogo que acompanhei acabou numa goleada sem história, com os minhotos a marcarem tanto como os jogadores de uma equipa de futebol, na já famosa Manhattan portuguesa do aléu, que não me é nada, apenas coincidência no nome. O outro jogo tinha frente a frente duas equipas do trio da frente da Primeirona, antecipava-se um grande equilíbrio que aconteceu quase até ao intervalo, mas um trintão argentino, oliveirense e endiabrado, fez tombar a eliminatória para os da casa, evitando que os leões saíssem do Salvador Machado em festa”, terminou ele.

“Muito bem, o sorteio da final a quatro da Taça de Portugal vai acontecer a 4 de abril, com os jogos a realizarem-se a 27 e 28 de abril em Barcelos. Está na altura de entrar em cena o OLHA”.

“Boa deixa, para eu dizer que esta é uma cena triste, pois as duas equipas portuguesas caíram nos quartos de final. A equipa da Cidade dos Arcebispos trazia cinco golos de desvantagem de Voltregà, não sofreu nenhum golo, marcou dois na primeira parte, mas só dois na segunda, ficando muito perto da reviravolta, já o Murches tinha empatado em Follonica, mas no seu pavilhão nunca conseguiu estar na frente do marcador, muito mérito para o guarda-redes transalpino que parou três bolas paradas, quando a equipa portuguesa procurava entrar na discussão da eliminatória”.

“Faz parte, quatro equipas vão para a final a quatro, infelizmente sem nenhuma lusa. Hoje a senhora ficou para o fim, a RODINHAS que esteve muito atenta à Taça de Portugal feminina”.

“Ah, muito obrigado, gostei bué de me tratares por senhora”, brincou ela. “Tivemos três jogos onde venceram as equipas favoritas, uma goleada em Vila Boa do Bispo, vitórias em Turquel e Oliveira de Azeméis, mas em Coimbra a coisa só se resolveu nos penáltis, depois de um verdadeiro jogo de xadrez em patins, ora agora marcas tu, ora agora empato eu, prolongamento incluído, sendo que as miúdas de São João da Madeira foram mais eficientes no desempate, juntando-se a Benfica, Turquel e Tojal”.

“Mais uma semana de trabalho que chega ao fim, altura em que tenho uma novidade para os três”.

“O quê Tio!?”, questionaram eles.

“Calma, não há nenhum problema. Como vocês sabem no próximo fim de semana vou estar no Inter-Regiões masculino em Tomar, no outro é Páscoa e há poucos jogos, pelo que vou dar-vos duas semanas de férias e regressamos às nossas conversas a 6 de abril”.

“Tio, obrigado pelos dias de descanso, mas vamos estar atento às tuas narrações à beira Nabão. Bom trabalho e dá um forte abraço ao resto da equipa que vai trabalhar na transmissão da FPP TV”, pediram os três em simultâneo.

“Fiquem descansados, não me vou esquecer dos beijinhos e abracinhos para os cinco da vida airada, Pedro, Mário, Ricardo, Dinis e Bruno”.

Eles saíram muito rapidamente, aproveitei a velocidade e fui tratar dos últimos trabalhos de casa para os trinta jogos que estão pela frente.

Quando um jogo vai para o desempate nas grandes penalidades, aquele golo decisivo merece a festa de todos da equipa vencedora.

Em Coimbra foi necessário chegar à hora da morte súbita, com Matilde Lua (Sanjoanense) a decidir a eliminatória, a única jogadora que marcou por duas vezes na hora H e que leva para casa O VELHO desta semana.

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