(25/05/2024) No habitual olhar para o calendário para início de conversa, descubro que há um mês foi o cinquentenário da nossa democracia, com alguns que nasceram já em liberdade a ultrapassarem todas as linhas vermelhas da boa educação.
Hoje lia num cartoon que o nosso Parlamento parece uma taberna, o que eu acho ofensivo para quem já esteve em alguma a beber umas cervejas e a comer, por exemplo, um bom prato de caracóis.
Ainda inspirado na data de hoje, soltei-me até às viagens que fiz fora do território português, muito poucas para o que eu gostava, as possíveis para quem não tem medo de andar de avião.
Nunca saí do território europeu, sendo que o mais longe que cheguei foi à Turquia, país para onde parti com algum receio, mas de onde regressei com simpatia por o povo turco, e não, não o achei preguiçoso, nem mal-educado, muito pelo contrário.
Sem a companhia da minha Princesa, também tive a oportunidade de voar até Lviv, na Ucrânia, para assistir a um Portugal x Alemanha no Europeu de 2012, cantei a Minha Casinha dos Xutos, bebi umas boas jolas ucranianas e perdemos um a zero a 9 de junho, tudo em 24 horas… e chovia nesse dia.
Esta conversa das viagens surgiu porque hoje é o Dia de África, data que em 1963 foi criada pela Organização de Unidade Africana (OUA), com o objetivo de defender e emancipar o continente africano, sendo que nove anos depois a Organização das Nações Unidas estabeleceu esta data como o Dia de África ou o Dia da Libertação da África.
Em 2002 a OUA foi substituída pela União Africana, mas a celebração da data manteve-se, com este dia a recordar a luta pela independência do continente africano, contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.
África é o terceiro continente mais extenso, depois da Ásia e da América, tem 54 países, a Nigéria é o mais populoso, o maior é a Argélia, enquanto que o menor é as Seychelles, já o ponto mais alto é o Kilimanjaro com 5895 metros.
“Bom dia Tio”, cumprimentaram-me eles.
“Tio?”, insistiram eles.
Dizem que quem visita o território africano fica encantado, talvez tenha sido por isso que eles me apanharam de surpresa.
“Desculpem… bom dia juventude”.
“Mais numa vez em grande reflexão”, gozou a RODINHAS.
“Por acaso estava. Hoje é o Dia de África e estava a pensar nessa zona do planeta, tão rica, mas com tantas carências em quase todos os países. Alguns de vocês já visitou este continente?”.
Tivemos o segundo silêncio do dia.
“Eu também não conheço. Quem já viajou para fora da Europa?”.
“Os meus pais tinham família no Canadá, recordo-me vagamente de lá ter ido, acho que a Toronto, mas era miúdo e não me recordo de grande coisa”, confessou o ALÉU.
“Nunca sai do nosso continente, mas onde já fui adorei Praga”, afirmou o OLHA.
“Eu gostei muito de Barcelona”, exclamou a RODINHAS.
“Duas cidades que também conheço, estou 100% de acordo convosco, mas já foi duas vezes a Roma e é também uma cidade encantadora”.
“Também já lá estive, mas em Itália gostei muito de Florença”.
“Não conheço, mas ainda quero ver se vou lá nesta encarnação”, brinquei eu. “Esta semana o Plano de Festas é da autoria da RODINHAS”.
“Já tenho tudo alinhavado, o AMAGADINHO fica com a Primeirona, que já tem três equipas nas meias-finais, o Tio fica com a Segundona a norte, com especial foco nos jogos do Póvoa e Juventude Viana, ambos fora de portas, o ALÉU fica com a zona sul e a luta entre as equipas da Linha pela liguilha, o OLHA vai espreitar o arranque da fase a eliminar na Feminona, enquanto que eu fico com o fecho da Terceirona. Além disso, claro, precisamos de saber o que é o almoço hoje em Oriola?”, questionou ela com uma enorme gargalhada.
“Já faz parte do cardápio ao sábado, mas hoje vou grelhar umas codornizes, muito bem acompanhadas por umas belas batatas fritas”.
“Não gosto muito dessas pequenas aves”, lamentou-se o ALÉU.
“Eh pá, tu não gostas de nada”, refilaram os outros dois.
“Gosto sim…, tu é que não …”.
Enquanto eles ficaram a trocar argumentos gastronómicos entre eles, eu fui tratar de acender o carvão para a estreia neste ano.
Uma coincidência literária fez com que o seu livro preferido fosse o último que eu li, aliado a um bom bacalhau à mesa, merece estar no FORA DO RINQUE deste mês.
Nome Completo: Gabriel Leal Monginho
Clube atual: Stuart HC Massamá
Alcunha (se tiver): Monginho
Idade: 30 anos
Local de Nascimento: Lisboa
Clube estrangeiro futebol: Borussia Dortmund
Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo
Jogador estrangeiro futebol: Neymar
Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Gonçalo Alves
Prato: Bacalhau à Lagareiro
Sobremesa: Baba de Camelo
Bebida: Sumo de laranja natural
Filme: Joker (Joaquin Fenix)
Ator: Cillian Murphy
Atriz: Lady Gaga
Série televisiva: Vikings
Livro: Sapiens, História Breve da Humanidade
Cidade portuguesa: Tomar
Cidade estrangeira: Barcelona
Animais de estimação: Cão e Gato
Jogo de computador/consola: FIFA
Hobbies: Musculação
Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Ténis de mesa
Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: Subida de divisão em Campo de Ourique.
(27/05/2024) Ninguém me perguntou, compreendo os argumentos, mas não sou fã de apuramentos de campeões – seja em que modalidade for – em meia dúzia de jogos, não valorizando a regularidade ao longo duma época.
Mas o AMAGADINHO não quer saber disso para nada e está a chegar para falar dos quartos de final da Primeirona.
“Boa noite Tio”.
“Olá miúdo. Então o que achaste dos segundos jogos desta fase da prova?”.
“Voltámos a ter boas jogatanas, de novo uma equipa que não conseguiu marcar, pelo que de castigo tivemos uma terceira partida em Oliveira de Azeméis, mas vou guardar esse duplo confronto para o fim. No San Siro de Valongo o Benfica tinha perdido na fase regular, mas desta vez, com Roby di Benedetto de novo irrequieto, arrumou a eliminatória nos primeiros 25 minutos, já em Tomar, os leões usaram uma estratégia idêntica, resolvendo tudo em trinta minutos – úteis – e marcando encontro com o FC Porto nas meias-finais. Mas não se pense que foi fácil a tarefa dos azuis-e-brancos, que estiveram a vencer, por dois golos, no tempo regulamentar, mas um Pato irrequieto levou o jogo para prolongamento, de novo na frente no tempo extra, mas o Folhetas empurrou a decisão para os penáltis, onde apenas Hélder Nunes, curiosamente o primeiro a marcar, acertou na baliza”.
“Quem diria que o jogo entre primeiro e oitavo classificados da fase regular seria a eliminatória mais equilibrada”.
“Verdade, já no duelo que falta, se a primeira partida foi recheada de cartões azuis (11) e livres diretos de Lucas Martínez, o segundo jogo foi muito mais sossegado, uma primeira parte sem golos, o OC Barcelos a marcar por Rampulla, conseguido o segundo golo nos segundos finais, numa altura em que a baliza adversária estava deserta. Na única negra dos quartos, talvez por isso, tudo se resolveu nas grandes penalidades, apesar da Oliveirense estar com uma vantagem tranquila ao intervalo, outra disposição dos minhotos para a segunda metade, conseguindo levar o jogo para prolongamento, onde os golos não estiveram presentes, enquanto que dos cinco metros e quarenta só o capitão da casa teve pontaria, levando ao rubro o Dr. Salvador Machado, fechando esta fase com um grande jogo, com as meias-finais a começaram na próxima quinta-feira, feriado nacional”.
“Bom trabalho, para a semana cá estaremos para nos contares como correram os dois primeiros jogos dessa fase”.
“Combinado e um abraço”.
“Adeus miúdo”.
(28/05/2024) Ainda há duas semanas falava por aqui num golpe de estado – a 14 de maio de 1915 – em Portugal, liderado por Álvaro de Castro e pelo general Sá Cardoso, que teve como objetivo derrubar o governo presidido pelo general Pimenta de Castro e a reposição da total vigência da Constituição Portuguesa de 1911, já me surge à frente do nariz mais um, este ao contrário.
A 28 de maio de 1926, um golpe militar derrubou o regime liberal-republicano, chegando ao fim a 1ª República, sendo que nos dois meses que se seguiram Portugal teve três chefes do Estado, embora nenhum tenha sido formalmente eleito, José Mendes Cabeçadas Júnior, Manuel Gomes da Costa e Óscar Carmona, cada um representava uma fação diferente do golpe militar, não existindo projeto político nem consenso entre eles.
Neste período de transição entre dois regimes, que correspondeu à Ditadura Militar entre 1926 e 1933, Óscar Carmona acabaria por assumir a liderança com poderes efetivos de Chefe do Estado, sendo durante esta fase que se dá a ascensão de António de Oliveira Salazar como estratega ou arquiteto de uma Nova Ordem política, a entrada em vigor da nova Constituição que inaugurava formalmente o Estado Novo, sendo que à ditadura militar sucedia uma ditadura constitucionalizada (1933-1974).
Exterminados há cinquenta anos estes tempos salazaristas, fico muito satisfeito por puder opinar livremente, apesar de haver, cada vez mais, gente que ofende toda a gente, confundindo liberdade com falta de educação.
Porque será que já escrevi isto duas vezes nesta Crónica?
Já a minha juventude foi criada com bons princípios, pelo que chegam sempre a horas, sinónimo de respeito pelos outros.
“Bom dia Tio”, saudaram os três.
“Bom dia pessoal. Algum de vocês sabia que há 98 anos tivemos um golpe de estado por cá?”.
“Por acaso não sabia, mas ouvi esta manhã na televisão”, afirmou a RODINHAS.
“Impressão minha, ou há muito pouco tempo tu escreveste sobre isso?”, questionou o OLHA.
“Escrevi sobre um outro, digamos que esse foi dos bons, enquanto que este, na minha opinião, foi dos maus”.
“Porque será que essa malta escolhe sempre o mês de maio para implementar essas revoluções?”, perguntou o ALÉU.
“Olha, uma dúvida pertinente, mas para a qual não há resposta. Bem, deixemo-nos de insurreições, para saltarmos para dentro do rinque. Proponho que falemos da Segundona e começo já eu. A única dúvida pertinente era quem se apuraria para a final a duas mãos para a subida de divisão, mas ficou tudo como estava no início da derradeira jornada, pois Juventude Viana e Póvoa venceram os seus jogos fora de portas, prevalecendo o ponto de vantagem que a equipa minhota tinha, pelo que agora vamos saber o que aconteceu na zona sul”.
“Digamos que as contas finais foram iguais, ficando tudo como estava, mas durante os cinquenta minutos dos jogos, Parede e Paço de Arcos foram passando pelo segundo lugar da classificação, com os paredenses sempre em busca do prejuízo, terminando em igualdade pontual com os paço-arquenses – que também não tiveram vida fácil no Entroncamento – mas a beneficiarem da vantagem no confronto direto, vitórias em casa (6-4) e no Casablanca (1-3)”, concluiu o ALÉU.
“A 1 e 8 de junho vamos ter as decisões, para o título entre Candelária e Sanjoanense, primeiro jogo no Pico, na luta pela subida entre Juventude Viana e Parede, a primeira partida a jogar-se na Princesa do Lima. Está na hora de irmos à Terceirona onde tudo estava resolvido à entrada para a ronda final”.
“Nem mais”, confirmou a RODINHAS. “Vou aproveitar para recordar quem vai lutar pelo título, uma prova onde os quatro vencedores de séries jogam todos contra todos em duas mãos, começando a 30 de maio com Os Limianos x Marítimo Ponta Delgada e OH Sports x Alcobacense, já a luta pela ascensão à Segundona arranca no mesmo dia, formato semelhante ao apuramento do campeão, subindo os dois primeiros com a jornada inaugural a ter um Sporting Torres x Leiria e Marrazes e Sporting B x Lavra”, finalizou ela.
“Só falto eu que estive muito atento aos oitavos de final da Feminona, à melhor de três jogos” avançou o OLHA. “No fim de semana realizaram-se os dois primeiros jogos, sendo que só uma eliminatória ficou resolvida, com a dupla vitória da Escola Livre, a primeira em Torres Vedras, que se traduziu no passaporte para os quartos de final com a Sanjoanense. Nos outros jogos as miúdas de Póvoa do Paço perderam em casa, mas desforram-se na Vila Boa do Bispo, a única eliminatória onde o fator casa não serviu para nada, pois nos outros dois Stuart Massamá – com direito a prolongamento – e Académica venceram no seu terreno, mas perderam em Gulpilhares e no Tojal, respetivamente, ficando tudo por resolver na negra, jogos a 30 de maio, repetindo-se o local do jogo dois”, terminou ele.
“Por esta semana estamos falados, no sábado cá estaremos para saberem o que vai ser o almoço em Oriola”, gozei eu.
“Verdade, e o Plano de Festas é para mim”, recordou o OLHA.
“Forte abraço para a juventude”.
“Adeus Tio”.
Hora de ir dormir, isto se o Pablo – o orelhudo de quatro patas – estiver para aí virado.
Foi no pavilhão do Centro de Atividades Recreativas Taipense, nas Caldas das Taipas que registei a SACADA desta semana, dezanove golos no fecho da Terceirona, com destaque para Martim Oliveira (7) e Afonso Silva (5), guarda-redes da equipa B do Famalicense.
Quando as provas chegam ao fim, todos os pormenores são importantes, sendo que esta semana João Sardo (Parede) fez um hat-trick, quem sabe para mais tarde recordar.
A sua equipa pode não subir de divisão, mas ele fica com O VELHO desta semana.