Um título mundial MANCHADO ou… um resultado final ENGANOSO ou… como o VAR faz falta nas grandes competições.


Estive algumas horas a pensar se deveria escrever este texto ou não e a verdade é que, na hora de fazer o habitual artigo sobre os jogos da jornada final não fui capaz de continuar e acabei, entretanto, por escrever estas palavras… Peço-vos, no entanto, que não continuem a vossa leitura, façam-me o FAVOR de, primeiro, ver o vídeo que publico abaixo, nada mais do que 3 minutos do jogo Portugal-Espanha…

Com este texto não pretendo acusar ninguém nem passa pela minha cabeça, sequer, duvidar de quem tem a difícil tarefa de arbitrar um jogo de hóquei em patins, mais difícil ainda quando este jogo decide um Campeão Mundial… Em primeiro lugar quero que fique bem claro que considero Franco Ferrari e Claudio Ferraro dois dos melhores árbitros mundiais e que eles, pura e simplesmente, não tiveram culpa do que lhes “sucedeu”, nem jamais saberemos se o poderiam ter evitado!!! Tivéssemos estado nós no lugar de qualquer um deles, provavelmente procederíamos da mesma forma porque foi evidente que, da parte dos juízes, não houve qualquer intenção dolosa na decisão que não tomaram… A verdade é que “caiu-lhes” em cima a batata quente porque esqueceram-se de algo muito simples (mas demasiado importante), a fazer fé nas imagens televisivas de todo o jogo… Escrevo com o pressuposto de que os árbitros italianos não fizeram a verificação criteriosa das redes das balizas antes da partida, fazendo fé nas imagens anteriores ao início do jogo que não permitem ver qualquer verificação das redes, resultando numa ação que, face às consequências, poderia ter sido fundamental para evitar que esta final Mundial Sub19 tivesse um desfecho enganoso, no mínimo… Mas verdade é que ambos os árbitros verificaram mesmo o estado da rede, como me foi referenciado por um elemento da comitiva portuguesa.

Posto este pressuposto, interessa-me chamar a atenção do leitor para um aspeto de importância EXTREMA: Portugal marcou o 2-1 (sim, sim, MARCOU MESMO, FICOU A GANHAR por 2-1), disso não há dúvidas, nem para os comentadores italianos (e portanto apartidários) nem para mim que, no conforto da minha cadeira e frente ao meu PC, tive oportunidade de confirmar o que, de imediato, me pareceu ter sido: GOLO DE PORTUGAL. O dramático desta situação é que, se os árbitros tivessem validado o golo, a jogada teria terminado por ali, seria bola ao centro e “vamos começar tudo de novo”… Mas não, não validaram, e por conseguinte a jogada continuou para, segundos depois, terminar na 10ª Falta de Equipa de Portugal e, por conseguinte, a penalização com um Livre Direto que Jacobo Copa transformou em golo… A minha chamada de atenção para o facto de os espanhóis não terem culpa alguma do que aconteceu, defenderam a sua camisola e jogaram para aproveitar (e marcar) o Livre Direto, situação que resultou em 2-1 para Espanha que, no mínimo, DEVERIA TER SIDO 2-1 sim, mas PARA PORTUGAL!!! Chame-se AZAR, GALO, KARMA, seja o que se quiser chamar, mas “Viti” e os seus companheiros, Vasco Vaz e o seu Staff, NÃO MERECIAM TAL INJUSTIÇA do destino…

A mim, pelo respeito e amizade que tenho por Claudio Ferraro, custou-me somente ver que a verificação que fez da rede da baliza no momento do golo anulado foi pouco cuidadosa, à procura de um buraco de bola de andebol, quando deveria ter sido mais rigoroso e procurar um simples corte numa das redes da baliza. Afinal o buraco na rede NÃO EXISTIA MESMO, sei de fonte segura, e o que aconteceu foi que na sua trajetória a bola não encontrou a 1ª rede que amortece a velocidade e a rede exterior da baliza foi simplesmente forçada pelo remate brutal do “Viti”. Sim, parece incrível mas é verdade!!! Franco Ferrari e Claudio Ferraro são pessoas HONESTAS, CONHECEDORAS e EXPERIENTES, que agiram sempre de consciência tranquila porque tinham pelo seu lado a confiança em si próprios de estarem a agir sem maldade, sem tirar partido por alguma equipa, enfim, com o único propósito de fazerem um excelente trabalho, que o fizeram! E fizeram mesmo, porque o que aconteceu tem uma probabilidade em um milhão (digo eu) de acontecer numa final mundial, onde todo o material é objeto de preparação, manutenção, fiscalização e substituição, caso se detetem anomalias e não estarem em condições de permitir a realização de um jogo. Os órgãos decisórios do World Skate têm de pensar em alterar as redes para outras com espaços mais pequenos de forma a não mais acontecer o “impensável”!

Deixei claro que Portugal esteve MESMO a vencer por 2-1 e que a jogada subsequente do 1-2 espanhol jamais teria acontecido se o golo fosse validado e o jogo recomeçado com bola ao centro. A 10ª Falta poderia acontecer mais tarde, obviamente, e a Espanha poderia ter marcado golo na transformação, mas jamais decorrente da jogada que, obviamente, perturbou os jogadores portugueses que, mesmo assim, reagiram de frma fantástica… E agora em tom de brincadeira: se calhar quem tem culpa é mesmo “Viti”, tem culpa de ser (já) um FENÓMENO MUNDIAL que vai obrigar à substituição das redes de todas as balizas de hóquei em patins dos pavilhões onde, no futuro, vier a jogar e, como a culpa não morre sozinha, é também de Vasco Vaz que deveria ter pedido encarecidamente a “Viti” para executar cada remate com metade da força!

Voltando ao tom sério que o tema merece, resta expor a minha opinião sobre a importância do uso da tecnologia VAR em competições mundiais de primeiro plano, desde o primeiro jogo até à Final que, como vimos pelas imagens, teriam sido suficientes para alterar o resultado do jogo ao minuto 18 segundo 20 de uma partida em que a Espanha se sagrou Campeã Mundial. Não digo que o VAR resolve todos os problemas mas, como vimos, esta situação específica teria uma solução de fácil perceção tal a clareza das imagens da produção televisiva italiana, a quem endereçamos os nossos parabéns. Em tempos fiz parte de uma equipa que testou o VAR em duas finais nacionais e ficou bem patente, na altura, que o VAR não atrapalha nada nem vai forçar nada, serve somente para ajudar a esclarecer jogadas que os nossos olhos não conseguem acompanhar quer pela velocidade do jogo quer ainda pela dimensão da bola. O VAR permite rever, em movimento normal ou em câmara lenta, as jogadas que geram dúvidas e pelo que aconteceu nesta final foram necessárias somente 2 câmaras para perceber que tinha havido golo, prontamente esclarecido e sem qualquer ponta de dúvida. O VAR não resolve tudo e, se for o caso, teremos de aceitar a decisão humana dos juízes de pista sempre que as máquinas não puderem ajudar os árbitros a decidir melhor de forma a evitar erros difíceis de descortinar e, certamente, os aqueles só agradeceriam. A minha certeza é que se Franco Ferrari e Cláudio Ferraro tivessem o VAR à sua disposição teriam reposto a verdade, disso não tenho dúvidas, e a verdade sem tirar nem pôr é que foi golo de Portugal. E a verdade desportiva é o “Santo Graal” de qualquer desporto.

Por último, gostaria MUITO de dar os parabéns a Viti e seus companheiros de equipa presentes em Novara, a Vasco Vaz e a todo o seu staff, a José Luís Pinto e toda a sua comitiva pela coragem de lutar até final apesar de o “MUNDO” ter desabado sobre as suas cabeças! É que não é nada fácil continuar a lutar da maneira como a nossa seleção o fez, provavelmente com um estado anímico devastado e com a consciência de que em vez de 1-2 o “placard” deveria explanar 2-1 para Portugal… Só consigo entender que a nossa seleção tivesse lutado da maneira como o fez para tentar alterar o curso de um jogo com o resultado enganador porque vi a FIBRA, a GALHARDIA, a CORAGEM, a HUMILDADE, o BRILHO, a DETERMINAÇÃO e a VONTADE DE VENCER naqueles bravos rapazes apesar da injustiça (pelo que vimos atrás) da situação a que foram expostos… E finalmente recordar que Portugal só sofreu o 3-1 no último segundo do jogo, após Vasco Vaz ter apostado em Tomás Santos como 5º jogador de pista por troca com Afonso Venda e apesar das 5 oportunidades que os nossos rapazes criaram no minuto e 47 segundos finais da partida… Veja com os seus próprios olhos:

Custa muito ver as lágrimas dos nossos jogadores no final do jogo… Vasco Vaz dizia aos nossos rapazes, durante o “time-out” com que começa o vídeo acima: “Nós vamos ter sorte”… Caro Vasco, nós já somos uns SORTUDOS por termos estes jogadores brilhantes e o vídeo que apresentei acima explica porquê…

ABRAÇO A TODOS
Pedro Jorge Cabral

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