Enquanto esperava que eles chegassem, fui olhando para o site e descobri que este fim de semana temos as fases de apuramento para o Nacional de sub-15 e sub-19, sendo que os sub-13 e sub-17 jogam na próxima semana, três dias num pavilhão e contas arrumadas.
O Covid impediu que a miudagem jogasse nos últimos dois anos e a Federação encontrou esta maneira de aplicar a habitual percentagem de clubes por Associações.
Estava eu neste pensamento profundo quando eles chegaram.
“Bom dia Tio”, saudaram os três em simultâneo.
“Bolas, que susto, estava aqui muito concentrado. Bom dia juventude. Que tal correu esta semana?”.
“Não foi grande coisa. Esta guerra deixa-me muito preocupado”, confessou o OLHA.
“O que me faz mais impressão é ver tantas crianças a terem que fugir para não morrerem”, lamentou a RODINHAS.
“Infelizmente já se percebeu que não vai ter fim tão depressa”, afirmei eu. “Bem, alguém tem algum assunto para falarmos fora da caixa?”.
“Tio, ontem ouvi lá na Escola dizerem que fazia anos que foi o 11 de março e não percebi. Podes explicar-me?”, pediu o ALÉU.
“Vamos lá ver se consigo isso em pouco tempo. Vocês sabem que antes do 25 de abril de 1974 vivíamos em ditadura, como acontece na Rússia. Não era possível manifestarmos a nossa opinião, pois havia uma repressão do Estado. Como acontece sempre num período pós-revolução, a instabilidade é grande. Por cá não fugiu à regra, os militares ficaram a governar, sendo o primeiro Presidente da República o general António de Spínola”.
“Eu sei quem é, era aquele tropa que tinha um monóculo”, exclamou o OLHA.
“Esse mesmo. Só que ele não estava contente com o rumo dos acontecimentos, principalmente pela possibilidade da independência das colónias portuguesas em África. Demitiu-se em setembro, após uma tentativa falhada de voltar o País mais a direita, tendo mesmo desencadeado uma intentona militar a 11 de março de 1975, que não resultou. O que tu ouviste foi que fez 47 anos que se deu essa intenção de golpe de estado”.
“E prenderam o Spínola?”, questionou o OLHA.
“Não. Ele fugiu para Espanha e mais tarde exilou-se no Brasil, mas morreu em Lisboa em 1996. Bem, explicação feita, vamos lá distribuir as tarefas. Aliás, vou deixar que vocês façam isso e não contem comigo que tenho muito para fazer esta tarde”.
“Já sabemos Tio, reformado não tem tempo para nada!”, brincaram eles em coro.
No GPS de hoje saímos do Porto e quarenta e cinco minutos depois estamos na Vila de Cucujães – também conhecida como Couto – sede do Clube Desportivo local fundado em 1963.
A freguesia, que pertence ao concelho de Oliveira de Azeméis, perdeu nos últimos dez anos 6,9% da sua população, registando em 2021 perto de 10000 habitantes.
Depois de assistir a um bom jogo de hóquei em patins, está na altura de dar ao dente e a minha sugestão de hoje vai para dar um pulinho até à sede do concelho, entrar na Tasquinha Alentejana e degustar o que de bom chega do – já um bocadinho meu – Alentejo.
“Dia de derby é sempre um espetáculo!”, gritava a RODINHAS
“Foi um bom jogo”, ouvi o ALÉU dizer quando cheguei à sala.
“Boa noite juventude. Já percebi que está tudo muito animado, por algum motivo em especial?”.
“Queremos despachar isto rápido para irmos ver o Festival da Canção”, disse o OLHA.
“Mas desde quando é que vocês gostam de ver isso?”, perguntei eu.
“Amanhã explicamos-te”, prometeu a RODINHAS.
“Ok, vou ficar à espera. Quem quer começar a falar das incidências de hoje?”.
“Arranco eu. Estive com um olhar jovem, tentando perceber quem é que podia fazer a festa um dia antes, neste peculiar apuramento para o Nacional. Do lado dos mais pequenos os festejos situaram-se apenas na Vila Morena, enquanto que os mais crescidos, muitos já têm barba e tudo, começaram a jogar já de noite e só podem soltar os fogos em Riba d’Ave, Paço d’Arcos, Alenquer e Grândola, como diria o Cristiano Ronaldo, que hoje se transformou no melhor marcador de sempre no Mundo. Tio, desculpa, mas esta tinha que ser” terminou a RODINHAS.
“Sim, esse feito merece essa pequenina infração. Vamos ao próximo”.
“Eu fiquei com muito trabalho, mas sem problema. Taça de Portugal e a segunda nacional ocuparam-me toda a tarde e noite. Vou começar pelo jogo na Luz, onde cedo se percebeu que o Benfica queria estar na final a quatro, que promete emoção e espetáculo, apesar de ainda faltar um à mesa, que se vai conhecer mais logo. Também se jogou a Taça no feminino, com uma goleada, uma dificuldade inesperada e uma vitória no desempate por grandes penalidades. No restante do dia tivemos uma recuperação de calendário na 2ª divisão, com a primeira vitória do Alverca na prova e a chegada do Alenquer a lugar de play-off, mas com mais jogos que a concorrência”, terminou o OLHA quase sem fôlego.
“Hoje termino eu, com uma espreitadela para lá das nossas fronteiras. Em Espanha, o Liceo que há dias tinha infligido a primeira derrota ao Barça, hoje perdeu em Alcoi, em Itália o líder Trissino sofreu o segundo desaire em Forte Dei Marmi, enquanto que em França ninguém bate o Saint Omer que tem o Pedro Chambell na baliza”, finalizou o ALÉU.
“Bom trabalho juventude. Descansem bem e até amanhã”.
E lá foram eles ver o Festival da Canção.
No FORA DO RINQUE de hoje temos uma jovem que já tem idade para ter carta e gosta – como eu – do universo do feiticeiro de J. K. Rowling.
Nome Completo: Francisca Santos Rodrigues
Clube atual: CR Antes
Alcunha (se tiver): Não tenho
Idade: 18 anos
Local de Nascimento: Coimbra
Clube estrangeiro futebol: Barcelona
Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo
Jogador estrangeiro futebol: Neymar
Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Diogo Marreiros (patinagem de velocidade)
Prato: Lasanha
Sobremesa: Mousse de chocolate
Bebida: Sumo
Filme: Spider-man: No Way Home
Ator: Cris Evans
Atriz: Zendaya
Série televisiva: Henry Danger
Livro: Saga do Harry Potter
Cidade portuguesa: Coimbra
Cidade estrangeira: Orlando
Animais de estimação: Cadela
Jogo de computador/consola: Genshin Impact
Hobbies: Ler/ Ver Animes
Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Voleibol
Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: O meu jogo contra a Académica, quando estava no Arazede, acho que foi um dos meus melhores jogos.
Mesmo que o desequilíbrio seja evidente entre as duas formações, O VELHO de hoje vai para Maria Sofia Silva (Benfica).
Porque sete golos são sempre sete golos!