Quatro Cabeças, Quatro Sentenças


A meteorologia mostrou solidariedade nesta manhã de ressaca, no nosso cantinho à beira-mar plantado.

Pode enaltecer-se a capacidade de luta e entrega dos marroquinos, podemos destacar a sua humildade, mas para quem gosta de futebol deve ficar preocupado como é que esta seleção africana chega às meias-finais de um Mundial, usando um belo autocarro na defesa e algumas motas na frente, nas poucas vezes que a equipa ultrapassa o meio do campo.

Claro que nesta hora, existe algum ressabiamento, mas ninguém pode afirmar que Marrocos pratica um bom futebol.

Provavelmente os mesmos que ainda hoje criticam a forma como fomos campeões europeus, estão agora a destacar a forma de jogar da seleção que nos colocou borda fora.

Terminada a minha reflexão matinal, vou fazer tempo até chegar a hora da nossa reunião matinal, passando os olhos pelo jornal desportivo que leio desde que aprendi a ler, A Bola, onde, curiosamente, um artigo de opinião vem muito ao encontro do que escrevi mais acima.

Na hora combinada lá estavam a surgir no monitor.

“Bom dia Tio”.

“Bom dia juventude. Mais animados?”.

“Nem por isso, a digestão daquele resultado de ontem não está fácil”, confessou o OLHA.

“Eu ainda não percebi como perdemos aquele jogo”, confessou a RODINHAS.

“Na minha opinião fomos muito lentos até sofrermos o golo, pois só aí espevitámos”, argumentou o ALÉU.

“Tenho uma ideia para o fora da caixa de hoje, inevitavelmente sobre o Mundial”, explicou a RODINHAS. “Cada um de nós dava o seu palpite para o vencedor da prova, ou daquele que gostavam que vencesse na final”.

“Parece-me uma boa ideia”, concordei eu. “Quem quer começar?”.

“Posso ser eu, que me lembrei disto. Eu vou ficar a torcer pelos marroquinos”.

“Mas tu achas que eles podem ganhar?”, perguntou, incrédulo, o ALÉU.

“Já não digo nada. Pelo menos assim podíamos dizer que fomos eliminados pelos campeões do Mundo”.

“Acho um bom argumento”, sorri eu. “Aproveito para dizer que vou ficar a torcer pela Argentina, até porque tem lá jogadores de que gosto muito, já para não falar do adjunto, Pablo Aimar, padrinho do meu cão mais velho”.

“Pois é, já me tinha lembrado disso quando o vi no banco”, recordou o ALÉU. “Eu vou fazer uma forcinha pela Croácia, gosto muito do Modric e daquelas camisolas axadrezadas”.

“Bem, só falto eu, que vou puxar pela França”, afirmou o OLHA. “Na falta dos portugueses, vestiria a camisola da canarinha, mas como os brasileiros já foram, mudo-me para os gauleses, que, aliás, acho que vão ser campeões”.

“Também acredito que sim, aliás podemos ter uma reedição da final de 2018”, referi eu.

“Olha, pois é”, exclamou a RODINHAS. “Tio, já alguma vez se repetiu uma final em Mundiais consecutivos? E quantas seleções já venceram duas edições seguidas?”.

“Ena, tanta pergunta! A resposta à primeira é sim, em 1986 e 1990 tivemos um Argentina vs Alemanha e cada uma venceu uma vez. Relativamente a bisar, já conseguiu a Itália (1934 e 38) e o Brasil (1958 e 62). O que não aconteceu foi a conjugação das tuas duas dúvidas, repetição da final e o vencedor ser o mesmo”.

“Mas pode ser este ano, no primeiro Mundial disputado no inverno no hemisfério norte”, concluiu o OLHA.

“Está na hora de olharmos para o hóquei em patins. Continuamos com a Taça de Portugal masculina, onde vamos acompanhar três jogos, sendo que o outro calha-me a mim, o derby feminino no João Rocha. O que acham?”.

“Parece-me perfeito”, afirmou a RODINHAS.

“Até logo Tio”, gritaram os três.

“Até logo juventude e logo não há Mundial para ninguém”, ri-me eu.

Fiquei com a ideia que eles já não ouviram.

Agora é sentar-me à mesa e degustar um belo peixe assado no forno.

E já cheira bem!

O GPS de hoje vai estar no distrito de Lisboa, onde vamos conhecer o Astro Stuart Hóquei Clube de Massamá, clube criado pelo professor João Campelo, que dá nome ao pavilhão onde joga o Stuart, forma como é mais conhecido.

A coletividade fica situada na União das Freguesias de Massamá e Monte Abraão, pertencente ao município de Sintra, distando 17 quilómetros da capital e 322 do Porto.

Vamos lá à procura de um lugar para nos alimentarmos, que pode ser na Avenida Heróis da Liberdade, no Restaurante Franguia em Massamá.

Quando eu era miúdo, este dia do ano, além da véspera de Natal, era de grande expetativa para mim.

Qual seria a prenda ou prendas que os meus Pais me iram dar?

Confesso que não me recordo de nenhuma que me tenha marcado enquanto garoto, mas já em adulto, exultei e chorei com uma pista de automóveis que a Princesa me ofereceu, um desejo que eu tinha desde cedo, juntamente com uma bicicleta, que também chegou já em crescido, mas uns anos mais tarde.

Já perceberam que amanhã vou acrescentar mais um aniversário aos sessenta e dois anteriores, sempre festejado com grande entusiasmo, pois sou daqueles que gostam de fazer anos, aliás, não percebo quem não gosta de soprar as velas anualmente, pois trata-se de uma inevitabilidade.

Recorrendo ao arquivo do jornal A Bola fui à procura da 1ª página do dia em nasci, um sábado, tendo descoberto que no dia seguinte havia derby na casa do leão, com as fotografias de Fernando Vaz e Béla Guttmann, treinadores de Sporting e Benfica, respetivamente, a encherem grande parta da capa desse dia.

Nostalgia enviada para canto, chegou a altura da nossa reunião, com eles, rapidamente, a surgirem no monitor.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite juventude”.

“Tio, podemos saber a que horas nasceste?”, perguntou o ALÉU.

“Claro que sim, nasci às seis e dez da manhã. Mas porque querem saber isso?”.

“Porque sabemos que fazes anos amanhã, mas assim não te podemos dar os parabéns hoje”, justificou a RODINHAS.

“Claro que não, dizem que dá azar. Vamos ao nosso trabalho, alguém tem algum assunto para o fora da caixa de hoje?”.

Eles ficaram em silêncio durante alguns segundos, até que o OLHA falou.

“Tio, vamos ter férias das Crónicas no Natal?”.

“Sim, isto porque as competições do hóquei vão parar. No próximo domingo fazemos a última de 2022, para regressarmos a 7 de janeiro”.

“Voltamos a seguir aos Reis”, acrescentou o ALÉU.

“Isso mesmo. Bem, hoje vou começar eu, que, conforme prometido, estive no Pavilhão João Rocha no derby das miúdas. Mais uma vez as encarnadas foram mais fortes, as leoas lutaram muito, mas estiveram sempre em busca do prejuízo e não conseguiram infligir a primeira derrota à líder da Zona Sul. Seguimos para o OLHA”.

“Cá estou eu, fui até Valença para um ótimo duelo minhoto, os locais entraram muitos fortes, com dois golos, surpreenderam os de Barcelos que acordaram nos últimos minutos da primeira parte, revertendo a desvantagem com quatro tentos de rajada. Depois tivemos uma segunda de gestão, com o jogo a terminar sem tomba-gigantes”.

“Exatamente, ainda não terminaram todos os jogos, mas acho que não tivemos nenhum. Vamos ouvir a RODINHAS”.

“Eu estive à beira Atlântico, para ser testemunha de um duelo entre duas formações do distrito de Setúbal. Num pavilhão onde já fui muito feliz, como costuma dizer o Tio, tivemos um jogo daqueles que duram todo o tempo, quentinho, até por causa da proximidade, melhores no início a malta do Barreiro, recuperaram bem os sesimbrenses, o mágico Luís Matos quis levar o jogo para prolongamento, já nos segundos finais, mas o Gonçalo Marques, de livre direto, levou a equipa da casa ao colo para a próxima eliminatória”.

“Gostei, muita imaginação. Só falta o ALÉU, vamos lá a isso”.

“Eu visitei a cidade das ruas perpendiculares e com números, também ela encostada ao nosso Atlântico. Uma surpresa era possível, mas os valonguenses marcaram cedo, controlaram o jogo, marcaram mais dois e chegaram ao fim sem sofrer, justificação para seguir em frente.”

“Espinho é uma Nova Iorque mais pequena, dizem muitos. Mais um fim de semana que termina, com lágrimas, mas com um imenso prazer de estar convosco”.

“Muito obrigado Tio, até para a semana e diverte-te amanhã, um desejo em nome dos três”, assumiu o OLHA.

“Muito obrigado juventude, uma boa semana para vocês antes das férias de Natal”.

Eles saíram do monitor, eu arrumei a tralha e fui dormir, pois amanhã às sete e meia estarei a preparar-me para uma pequena caminhada.

Se não chover!

No FORA DO RINQUE deste domingo temos um jovem que está triste, pois os seus ídolos da bola estão fora do Mundial.

Nome Completo: Mário Rui Justiniano de Sousa Rosa

Clube atual: Sport Clube Leiria e Marrazes

Alcunha (se tiver): Não tenho

Idade: 24 anos

Local de Nascimento: Caldas da Rainha

Clube estrangeiro futebol: Atlético de Madrid

Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo 

Jogador estrangeiro futebol: Neymar Jr.

Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: João Matos (futsal)

Prato: Pasta

Sobremesa: Baba de camelo

Bebida: Coca-Cola zero

Filme: Never Back Down

Ator: Ryan Reynolds

Atriz: Barbara Norton de Matos

Série televisiva: Arrow

Livro: Trilogia do Afonso Noite Luar

Cidade portuguesa: Alcobaça

Cidade estrangeira: Barcelona

Animais de estimação: Gatos

Jogo de computador/consola: Metin 2

Hobbies: Ouvir podcast, ouvir música, passear

Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Futsal

Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: Dia 2 de Fevereiro de 2016, HC Turquel 8 – 5 FC Porto.

A SACADA deste domingo aconteceu aqui perto, em Beja.

Tivemos vinte e três golos, com destaque para André Lucas (13) e Pedro Terramoto (7) que foram as vítimas da voragem atacante do Murches.

Marcou cinco golos, dois de penálti, frente ao Paredes, sendo decisivo na vitória da Biblioteca em Valado de Frades.

Para Luís Silva segue O VELHO de hoje. 

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