República do Aléu


Mais um fim de semana que chega, num outono com tons de veraneio, com as temperaturas bem acima da média para a época.

Uma coisa que me irrita é logo que surge um calorzinho, aparece logo alguém a dizer que regressou o tempo de praia.

Sempre me fez confusão, quando está muito calor as pessoas estarem ao sol.

Não devia ser ao contrário? Está calor, o ideal é estar à sombra.

Ah, mas é bom dar um mergulho na praia. Água salgada é para os peixes!

Estava eu nesta minha luta interna contra os que querem ser morenos e nasceram brancos, quando o portátil ganhou vida própria.

“Bom dia Tio. Não nos ouves? Hello…”.

“Bom dia juventude. Sim, sim, estou a ouvir… estava aqui entretido com uma luta interna. Vamos lá a isto. Tenho uma sugestão para este período antes da ordem de trabalhos, que é falarmos sobre o 5 de outubro”.

“Vamos falar do fim da monarquia em Portugal?”, perguntou a RODINHAS.

“Não propriamente. A minha ideia era falarmos dos jogos que se realizaram a meio da semana. Não estiveram atentos?”.

“Estivemos sim”, confirmou o OLHA. “Já estávamos à espera que pudéssemos falar sobre isso. Posso começar eu?”.

“Muito bem, não me lembrei de vos falar no domingo sobre isso, mas já sabia que podia contar convosco. Começa lá”.

“Combinámos cada um de nós ver um jogo de uma das três divisões nacionais. A mim calhou-me a segunda e fui espreitar o Alenquer e Benfica frente à equipa Mãe, a equipa B do Benfica, jogo no Quintal como é conhecido internamente o Pavilhão Zeca Carmo e João Lota. Vitória inequívoca dos locais, sem sofrerem golos e a mostrarem que querem voltar a lutar pela subida. Só uma nota para o jogo em Turquel, com os da casa a vencerem o Marinhense que só fez quatro faltas durante o jogo.”

“Quatro? Muito fair-play para a equipa de Nuno Domingues. Quem se segue?”.

“Agora é a minha vez”, avançou o ALÉU. “Na primeira divisão a vida dos habituais candidatos não foi fácil no dia feriado. Acabaram todos por vencer, mas principalmente no Dragão, os de Oliveira de Azeméis estiveram perto da surpresa, mas a equipa de Paulo Pereira entrou com o patim esquerdo na prova. Para já, quatro jornadas cumpridas, com várias equipas com menos um jogo, só Benfica e OC Barcelos estão 100% vitoriosos”.

“Pelo que eu percebi, vamos ter a RODINHAS a espreitar a 3ª divisão”.

“Verdade Tio. Tivemos 22 jogos, nas quatro séries existentes, mas eu escolhi o jogo que decorreu em Valença, dezassete golos no total, com o Fão a ser goleado, numa partida que ficou marcada por um parcial de 6-4 entre Gustavo Lima (Valença) e David Lima (Fão)”.

“São da mesma família?”, quis saber eu.

“Tio, investiguei, mas acho que se trata apenas de uma coincidência no apelido”.

“Muito bem. Excelente trabalho a meio da semana, agora vamos distribuir as tarefas para hoje. Eu proponho acompanhar um jogo da 1ª divisão, enquanto que vocês escolhem o que fazer. O que acham?”.

“Estamos de acordo”, verbalizou o OLHA em nome da equipa.

“Até logo Tio”.

“Até logo”.

Um 5 de outubro cheio de hóquei. 

Por terras minhotas vai andar o GPS de hoje.

Vamos conhecer o Óquei Clube de Barcelos, clube fundado em 1948 que já conquistou por três vezes o título nacional.

O concelho de Barcelos perdeu nos últimos dez anos 3,0% da sua população, registando no final do ano passado perto de 117000 habitantes.

Em cerca de uma hora chega da Invicta a este município, que tem 61 freguesias, e claro, excelentes restaurantes.

Fica a sugestão para O Ás, na Rua Padre Alfredo Rocha Martins, que dizem ser um dos melhores da cidade.

Já há uma semana aconteceu o mesmo.

Jogos de futebol à mesma hora das partidas de hóquei em patins.

Para quem gosta muito de desporto como eu, que tenho vários monitores para não perder pitada, torna-se difícil estar de olho em tudo.

Mas não é nenhuma novidade, talvez mais complicado este ano devido ao facto de termos um campeonato do Mundo – aberrante – a meio da temporada e no inverno no hemisfério norte.

Depois de ter andado a saltitar entre ecrãs, estava a chegar a hora da nossa reunião noturna.

Liguei o portátil e fiquei à espera.

A demora foi curta, pois dois minutos depois chegou a habitual saudação barulhenta.

“Boa noite Tio” gritaram os três.

“Boa noite juventude. Já percebi que estão muito bem dispostos”.

“Claro que sim, o Benfica ganhou e estamos satisfeitos”, rejubilou a RODINHAS.

“Bom!? Outra vez conversa do futebol?”.

“Tio, peço desculpa, mas estava mesmo a falar de hóquei”, explicou ela.

“Mas vocês sabem que aqui não temos cor clubística e eu não gosto nada dessas reações”.

A RODINHAS ficou inconsolável.

Fizemos uma pequena pausa, ela recompôs-se e voltámos à ordem de trabalhos.

“Não precisas de ficar assim”, expliquei-lhe.

“Tem toda a razão Tio, mas deixei-me envolver pelas emoções do jogo que acompanhei”.

“Então vamos lá ao jogo que acompanhaste”.

“Estive no Estoril, uma partida que durou, literalmente, até ao fim. Os forasteiros controlaram quase todo o jogo, mas na parte final do jogo consentiram o empate. Pensava-se que o resultado ficaria assim, mas a seis segundos do fim a malta da Vila Presépio conseguiu a terceira vitória em três jogos. Um jogo daqueles que testam o coração dos apaixonados”.

“Gostei desse rodapé, miúda. Vou aproveitar esta deixa para entrar ao trabalho. Também estive a ver um jogo em que a equipa vencedora conseguiu, também, um três em três. Em Oliveira de Azeméis, na primeira parte, nada, nem um golinho. Só na derradeira parte eles começaram a aparecer, o primeiro para os locais, mas depois os encarnados foram por aí fora e festejaram a vitória. Caso para dizer que Mãe e Filho estão a começar bem a temporada”, conclui.

“Tio, desculpe lá, essa agora não atingi. Mãe e Filho?”, interrogou o ALÉU.

“Então o Sport Lisboa e Benfica é a casa Mãe do Sport Alenquer e Benfica”, expliquei.

“Claro, já percebi … lol … estava noutra onda. Vou aproveitar a embalagem e avanço para o jogo que estive a cuscar. Por coincidência, este jogo da 2ª divisão, à semelhança do que a RODINHAS viu na Zona Sul, terminou exatamente com o mesmo resultado, mas o equilíbrio foi evidente até a 5 minutos do fim, sendo que só nessa altura os de fora ganharam uma vantagem determinante”.

“Só falta o OLHA, que tem estado muito caladinho”.

“O Tio estava zangado …”, brincou ele, “… pelo que estive sossegado no meu ecrã. Eu dediquei-me à 3ª divisão, numa partida entre duas equipas alentejanas que decorreu à beira do Atlântico. Jogo muito equilibrado, estilo agora marcas tu e depois marco eu, que só desempatou de penalty e com golo de Pipoite”.

“Essa eu sei, é o nickname do Filipe Duarte, jogador do Vasco da Gama de Sines”.

“Exatamente Tio”.

“Bem, por hoje está feito. Voltamos a encontrar-nos amanhã às 11 horas”.

“Até amanhã Tio”.

“Até amanhã juventude”.

Fiquei a vê-los desaparecer no monitor e a pensar que os jogos de hoje foram quase todos muito semelhantes.

No FORA DO BANCO regressámos à Cidade dos Estudantes, Património Mundial da UNESCO desde 2013.

Nome Completo: Nuno Alexandre Correia Santos

Clube atual: Associação Académica de Coimbra (AAC)

Idade: 43 anos

Local de Nascimento: Coimbra

Prato preferido: Leitão assado

Melhor cidade para viver: Coimbra

Livro que está na mesa de cabeceira: Livros sobre Hóquei em Patins

O filme que já viu mais do que uma vez: Sozinho em Casa

Jogou hóquei em patins? Se sim, em que clube(es): AAC

Como/quando chegou a opção de ser treinador: Aos 17 anos

Clubes/seleções que já treinou: AAC, Vigor da Mocidade e Seleção Associação Patinagem de Coimbra

Mais fácil treinar equipas da formação ou seniores: Equipas de formação

Quanto tempo demora a preparar o próximo jogo da sua equipa: Uma semana

Se pudesse, que regra alteraria no hóquei em patins: Golos contabilizados na formação. Existe um desequilíbrio muito grande entre clubes

Maior tristeza como treinador: O momento da despedida

E, claro, a maior alegria: Ver a felicidade e alegria dos meus atletas

Para terminar, o que mais o irrita durante um jogo: Alguns comportamentos e atitudes menos corretas de alguns atletas, treinadores, dirigentes e árbitros.

A SACADA deste sábado vem da Suiça, onde tivemos treze golos na partida entre o Diessbach e o Dornbirn, com destaque para o Abraao Gomes da Silva (Dornbirn) que sofreu oito golos.

O VELHO de hoje vai para um argentino de Mendoza.

Marcar o golo da vitória a 6 segundos do fim é sempre de realçar, ainda por cima quando esse feito mantem o Alenquer invicto na prova.

Para o Francisco Cachi Nardi segue a distinção de hoje.

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