O tema das “Bolas Paradas” (BP) tem muito que se lhe diga e mais ainda nesta fase histórica da nossa modalidade em que podem determinar vitórias em jogos ou até mesmo um título, só por si. Vamos abordar o tema de forma académica mas tentando dissecar alguns pontos que achamos interessantes, sabendo de antemão que já está tudo descoberto e que não conseguirei chegar ao final do artigo com conclusão absolutamente alguma!!! E esta, hein??
Comecemos por ver os primeiros 7 de uma lista que contém os 250 mais eficazes marcadores de “Bolas Paradas”:
Números são “números”, não enganam, e se olharmos para eles por uma perspetiva simples e fria, Hugo Drumond (à esquerda) e Fábio Vinagre (à direita) são os mais eficientes na marcação de bolas paradas, mesmo que alguns invoquem que 3 tentativas são poucas para provar que são especialistas. É verdade, mas nunca falharam!!!!!! Sabe-se lá se acabariam por falhar se fossem sujeitos à tentativa de transformação de mais alguns Livres Diretos (LD) ou Penaltis (PEN)… nem interessa para o caso presente. Parabéns a eles dois! Já Tiago Pinheiro (e Tomás Frias) participaram na totalidade dos jogos das suas equipas e o primeiro fez parte do 5 Inicial em 25 daqueles jogos (contra ZERO do Hugo em 11 jogos), o que em termos de Bolas Paradas nada quer dizer, não havendo aqui, de imediato, qualquer ligação entre a preponderância de um jogador na “fluência” de jogo da sua equipas com a decisão de ser o marcador de bolas paradas.
Mas se dermos uma vista de olhos pela lista dos melhores 250 marcadores de Bolas Paradas a praticar a modalidade em Portugal nos campeonato nacionais dedicados aos seniores masculinos (Placard, 2ª Divisão e 3ª Divisão), encontramos números (“números”, de novo!!!!) muito interessantes. Ora vejamos:
Após os primeiros 40 jogadores que não falharam qualquer tentativa (apesar de 33 só o terem feito uma única vez em toda a época!!), encontramos Daniel Passos (HC Turquel) no 43º posto com 17 tentativas e 12 conclusões com sucesso, 5 de LD e 7 de PEN, para um valor fabuloso de 71% de sucesso, se atendermos ao número de tentativas…
Daniel Passos (à esquerda) e Hugo Santos (à direita, já comprometido com a Sanjoanense para a próxima época) podem e devem ser considerados “especialistas”, se atentarmos também aos números do jogador da Sanjoanense:
Pois é… Num espaço da lista que vai dos 60% de Tomás Pereira aos 56% de sucesso do Hugo Santos, a grande diferença está na quantidade de vezes que o Hugo é exposto a marcar Bolas Paradas… Foram 32 esta época e destas 18 com total sucesso, não conseguindo transpor o guarda-redes adversário em 14 ocasiões… Vejamos uma relação importante: Tomás Pereira tem um défice de 4 Bolas Paradas (transformou 12 e falhou 8) enquanto Hugo Santos tem o mesmo débito mas com mais tentativas de transformação efetuados, e portanto, com a vantagem da “mesma eficácia relativa” mas em maior volume. Na prática, no entanto, em termos de percentagem é penalizado porque também falhou mais vezes!!! Não é por acaso que os seus treinadores confiam nele para a tarefa de transformar uma bola parada, sabendo que em cada duas, pelo menos uma será bem sucedida… quase garantidamente… ou pelo menos num espaço de tempo maior (pode até falhar duas seguidas mas irá marcar duas a mais no futuro!!). Passamos, então, à exclusão simples e imediata da “pura sorte” que consta do nosso título, situação que definitivamente não poderá ser aplicada a estes jogadores que são chamados a marcar as bolas paradas tão amiúdamente!
Mas se queremos mesmo encontrar um verdadeiro especialista nesta longa lista de marcadores de bolas paradas, então vejamos a imagem abaixo a ver se descobrimos algo de “interessante”:
O QUÊ???? Setenta e um??? 71, sim, não há engano!!! A verdade é que quando um jogador é chamado ao longo da época para tentar a transformação de 71 bolas paradas é porque o seu treinador confia cegamente que Afonso Lima irá marcar (sem grande margem de erro) 1 em cada 2 que tenta!!! O Afonso tentou transformar 51 Livres Diretos e conseguiu ultrapassar os guarda-redes contrários em 24 ocasiões (47%) e marcou ainda 14 dos 20 Penaltis que tentou transformar (70%), conseguindo ainda 27 golos em jogada de “bola corrida”, convém não esquecer. Com “números” destes é óbvio que “este” Afonso tem mesmo de ser chamado pelo treinador para marcar todas as bolas paradas da sua equipa, mesmo assumindo que ele poderá falhar uma em cada duas sabendo que isto implica que ele irá marcar uma em cada duas…!!!!!!!! Não há crise, é garantido, se a equipa dispuser de 6 bolas paradas para tentar transformar, os seus apoiantes SABEM que o marcador eletrónico irá registar pelo menos 3 golos para o seu lado!!!! A este jogador temos todos nós de rotular como “um verdadeiro especialista”!!!!
Vítor Hugo Moreira (Sobreira) e Gonçalo Alves (FC Porto) são os jogadores que, a seguir a Afonso Lima, são mais vezes apontados pelos seus treinadores para a tentativa de transformar bolas paradas, exatamente o mesmo número de vezes (65), mas com o Vítor a conseguir 49% de transformação vitoriosas e o Gonçalo a ficar pelos 38%:
Obviamente que jogar numa 3ª Divisão não coloca os mesmos problemas que jogar num Campeonato Placard e estas são as premissas que os “números” escondem!!!! Se bem que a qualidade dos intervenientes é sempre diretamente proporcional (melhores jogadores, melhores guarda-redes) e a dificuldade é sempre (teoricamente) do mesmo nível, todos estarão conscientes que apresentar-se na marca de Livre Direto ou de Grande Penalidade num jogo do Campeonato Placard é muito mais complicado não só pela qualidade dos guarda-redes que enfrentam (os melhores do mundo) mas também pela pressão associada à importância dos golos que podem daí obter, pelo que tudo se resume à escolha que você (se ainda está a ler este artigo!!!) faria para responsabilizar um jogador pela tentativa de transformação de uma “bola parada”: escolheria Hugo Drumond (3 tentativas, 100% de sucesso), Afonso Lima (71 tentativas, 53% de sucesso), Vítor Hugo (65 tentativas, 49% de sucesso) ou até mesmo Gonçalo Alves (65 tentativas, 38% de sucesso)? Muitos de vocês optariam, certamente, pelo que menor eficácia revelou mas que garante um nível de eficiência previsivelmente altíssimo, não só pela qualidade do executante mas ainda pela experiência tremenda que garantiu em muitos jogos com executantes de nível elevadíssimo. Pode até ser que esta não seja a “sua” opinião, mas que ela é válida, convenhamos que sim!! E se escolher Hugo Drumond, irá ter razão até que ele falhe a primeira vez, se é que alguma vez falhará!!!!! (Só faltava aqui o Jacques de La Palice!!!!)
Deixo-vos aqui abaixo a lista dos 24 jogadores que, dentro do conjunto dos 250 mais eficazes, tiveram à sua responsabilidade a marcação de mais de 25 Bolas Paradas ao longo de toda a época desportiva:
E se aumentarmos o número das tentativas de transformação de Bolas Paradas para acima de 40 em toda a época desportiva, então podemos todos considerar que estes 10 jogadores que aparecem na lista abaixo são os verdadeiros especialistas, não porque (todos) eles tenham taxas de sucesso elevadas mas porque simplesmente são aqueles em que as suas equipas confiam pela qualidade/confiança/maturidade/experiência que lhes são atribuídas para tentar com sucesso a transformação das situações de Bola Parada:
Com a noção de que fica MUITO POR ESCREVER e de que, mesmo assim, nunca haveria palavras suficientes, resta-me, então, presentear-vos com as 3 listas que construímos sobre Bolas Paradas…
Pode consultar as 3 listas disponíveis seguindo as ligações existentes nos botões que apresentamos abaixo, sempre com os 250 melhores em cada uma das áreas: Lista Global (Livres Diretos + Penaltis), Lista de Livres Diretos e Lista de Penaltis:
A lista de Guarda-Redes mais eficazes na defesa de Bolas Paradas fica guardada para amanhã!!!!
